A paralisação no Hospital Fernando Fonseca, que começou na segunda-feira de manhã, registou níveis de adesão próximos dos 100% e levou ao adiamento de cerca de 300 cirurgias, segundo estimativas do secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Roque da Cunha.

Além das cirurgias, o sindicato aponta para mais cerca de 250 exames também adiados, como colonoscopias e outros meios de diagnóstico ou terapêutica que necessitam de anestesiologista.

Convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, a greve visa reivindicar que a equipa de urgência tenha quatro especialistas para garantir a segurança clínica nas áreas de bloco operatório, bloco de partos, unidade de cuidados pós-anestésicos, reanimação intra-hospitalar e atividades fora do bloco operatório (como salas de TAC ou laboratório de hemodinâmica).

Nos cinco dias de greve estiveram “assegurados os serviços mínimos com escalas dos serviços de urgência (…) com mais médicos do que aqueles que ocorrem” muitas vezes nos serviços normais, refere o SIM.

Os sindicatos têm alertado que as escalas de urgência abaixo dos mínimos põem em causa a segurança dos doentes e dos profissionais, tendo os médicos denunciado esta situação por respeito aos seus doentes.

A administração do Hospital Fernando Fonseca já veio garantir que a qualidade dos cuidados de saúde tem “sido sempre e impreterivelmente assegurada”, apesar da falta de anestesistas.

O hospital adiantou, mesmo antes do início da greve, que tem feito tudo para tentar contratar anestesistas, lembrando que se trata de uma especialidade médica particularmente carenciada a nível nacional.