Desde 1949 que não se registavam tantos óbitos em Portugal, um fenómeno associado ao envelhecimento da população e agravado - do ponto de vista estrutural - por um número inferior de nascimentos.

Em 2018, o país contou 113 mil mortos, mais 3% do que em 2017, e cerca de 87 mil nascimentos.

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O número registado no ano passado só tinha sido superado, pela última vez, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) em 1949, quando se chegou aos 117.499 óbitos, escreve esta terça-feira a TSF.

Em risco de extinção?

A presidente da Associação Portuguesa de Demografia, Ana Fernandes, recorda à referida rádio que o país tem cada vez mais idosos e, por muito que aumente a esperança de vida, chega a um ponto em que as pessoas morrem.

O aumento dos óbitos não se deve a um aumento da "propensão para morrer, pois, pelo contrário, falecemos cada vez mais tarde, mas porque a estrutura populacional está cada vez mais envelhecida", diz Ana Fernandes.

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"Não havendo substituição de gerações, uma população tende a extinguir-se - e é isso que está a acontecer com Portugal, que está muito envelhecido, pelo que vamos encontrar taxas brutas de mortalidade e totais de óbitos cada vez maiores", comenta.

Em 2018, de acordo com o INE, nasceram 87.020 crianças em Portugal e morreram 113.000 pessoas, um saldo natural negativo, uma vez que por cada cinco indivíduos que morreram, só nasceram aproximadamente quatro.