Mais de 685 milhões de pessoas da região completaram o esquema de vacinação e 50 países e territórios já começaram a administrar doses de reforço que são fundamentais para as pessoas com maior risco de desenvolver uma forma grave da doença, informou a diretora da Opas, Carissa Etienne, em conferência de imprensa virtual.

"Contudo, as lacunas que ainda existem manterão a nossa região em risco durante futuras ondas" já que "240 milhões de pessoas nas Américas ainda não receberam uma única dose da vacina", afirmou Etienne.

Nas últimas semanas, os casos e mortes por COVID-19 diminuíram na maioria dos países e territórios das Américas, mas ainda continuam a ser registados mais de 620.000 novos casos a cada semana e, em alguns lugares, os contágios voltaram a aumentar, como no Canadá e no Caribe.

Esses aumentos acontecem poucas semanas depois de crescimentos repentinos na Europa e no leste da Ásia, na medida em que se propaga a subvariante da ómicron, BA.2, que já foi detetada em 8,7% das sequências realizadas na América do Sul.

A circulação da ómicron pode promover novas ondas de COVID-19 devido, entre outros motivos, ao aumento do turismo e das viagens, "e ao relaxamento das medidas de saúde pública", em alguns casos "de forma prematura", alerta Etienne.

Além da vacinação, a diretora da Opas adverte aos países que devem continuar a controlar o vírus para rastrear a propagação.

Mudar a estratégia de testes como estão a fazer alguns países "dificulta a obtenção de uma imagem completa da BA.2", afirma Etienne, que, além disso, recomenda que sejam tomadas decisões baseadas "nos dados".

Na medida em que as restrições de viagem foram reduzidas, os casos aumentaram em lugares que dependem do turismo, especialmente em partes da América do Norte e do Caribe, onde a cobertura vacinal é baixa.