Os dados foram divulgados pela Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR) na véspera do Dia Nacional do Doente com Artrite Reumatoide, uma doença reumática crónica e inflamatória, que se caracteriza pela inflamação das articulações e “pode conduzir à destruição do tecido articular e periarticular”.

Segundo os dados do Reuma.pt, que existe desde 2008 e é, segundo a SPR, “uma das ferramentas essenciais no seguimento e na melhoria clínica dos doentes em consultas de reumatologia”, no ano passado foram identificados 7.758 doentes seguidos por reumatologistas, contra os 5.002 de 2014.

O número de consultas também disparou, passando de 39.805, em 2014, para as 80.819, em 2018, um crescimento que a SPR considera que permite um melhor controlo da doença, apesar de recordar que muito tem de ser feito em Portugal para fazer chegar em tempo útil estes doentes ao especialista.

Segundo o presidente da SPR, Luís Cunha Miranda, a artrite reumatoide é uma “doença crónica porque não tem cura, mas se eficazmente diagnosticada e tratada com o seguimento em consultas de Reumatologia tem bom prognóstico.”

A SPR diz ainda que, nos últimos anos, “tem havido uma melhoria significativa no tratamento desta doença com o uso mais eficaz dos medicamentos existentes e dos novos que vão surgindo no mercado”.

“O tratamento precoce pode resultar em melhoria substancial do prognóstico a longo prazo. A artrite reumatoide não é uma doença rara e a sua prevalência (frequência) varia de 0,5-1,5% da população nos países industrializados. Em Portugal estima-se que afete 0,7% da população” explica o presidente da SPR

Os doentes com artrite reumatoide sentem dor e dificuldade em mobilizar as articulações, mas os sintomas podem ser muito variados.

Apesar de atingir homens e mulheres, a artrite reumatoide é duas a quatro vezes maior nas mulheres, com o pico de incidência a registar-se após a menopausa. Mas a doença pode desenvolver-se em todas as idades, incluindo na adolescência.