Numa carta aberta publicada antes da próxima reunião de ministros das Finanças do G20 e de uma cúpula europeia extraordinária, o grupo, que se autodenomina "Milionários pela Humanidade", disse que os mais ricos "têm um papel crítico a desempenhar para curar o mundo".

Entre os signatários, estão o cofundador de sorvetes Ben e Jerry's Jerry Greenfield, o roteirista britânico Richard Curtis e o cineasta americano Abigail Disney, junto com 80 empreendedores e criadores americanos.

A carta, aberta para assinaturas na Internet, não tinha um único signatário latino-americano nesta segunda-feira de manhã.

"Não, não somos nós que cuidamos dos doentes nas salas de terapia intensiva. Não somos nós que dirigimos as ambulâncias (...) não estamos a reabastecer as prateleiras dos supermercados ou a entregar comida de porta em porta", afirmam.

"Mas temos dinheiro, muito dinheiro. Dinheiro que é desesperadamente necessário agora e continuará sendo necessário nos próximos anos, enquanto o nosso mundo recupera da crise", acrescentam.

O grupo de super-ricos fez um apelo "aos governos para aumentarem impostos de pessoas como nós. Imediata, substancial e permanentemente".

Alguns países já promovem a introdução de impostos mais altos.

No Reino Unido, o Instituto de Estudos Fiscais alertou que o aumento de impostos seria inevitável para muitos, não apenas para os super-ricos. No início do mês, o primeiro ministro da Espanha, Pedro Sánchez, disse que seu governo poderia aumentar impostos. O mesmo foi anunciado pela Rússia, que disse se concentrar nos rendimentos mais altos.

Durante anos, bilionários como Warren Buffett e Bill Gates pediram mais impostos. Há um ano, um pequeno grupo de bilionários americanos, incluindo o financeiro George Soros, o cofundador do Facebook Chris Hughes e herdeiros dos impérios Hyatt e Disney, também publicou uma carta, apoiando a ideia de um imposto sobre fortunas.