Desde que surgiu em dezembro do ano passado na China, o novo coronavírus provocou 1.018.634 mortes no mundo e infetou mais de 34 milhões de pessoas, de acordo com um balanço da AFP baseado nos números oficiais dos países.

América Latina e Caribe permanecem como a região mais afetada do planeta, com mais de 347.000 vítimas fatais e quase 9,4 milhões de casos. A Europa regista 232.600 mortos e 5,5 milhões de contágios.

No Velho Continente, onde os novos surtos são cada vez mais numerosos, o aumento dos novos casos é vertiginoso.

A Espanha, que tem um balanço de 31.800 óbitos desde o início da pandemia, é atualmente o país da União Europeia (UE) com a pior incidência do vírus, 284 casos para cada 100.000 habitantes, número que dispara em Madrid (735 casos).

O governo do primeiro-ministro socialista Pedro Sánchez impôs nesta quinta-feira duras restrições à mobilidade em Madrid, apesar da oposição das autoridades da capital.

Em um prazo de 48 horas, a capital de 3,2 milhões de habitantes e outros municípios deverão respeitar as medidas que estão em vigor desde a semana passada em algumas áreas da região de Madrid, onde os moradores só podem sair dos seus bairros para trabalhar, procurar atendimento médico ou levar os filhos para a escola.

Mas o Executivo regional de Madrid, liderado pela direita, considera que o acordo alcançado com as regiões autónomas "não é juridicamente válido", por ter sido aprovado sem unanimidade, e examina as opções legais.

França e Reino Unido com aumentos de casos

Em França, também muito afetada pela pandemia e que chegou a registar 16.000 novos casos em apenas um dia, as autoridades de saúde vão anunciar mais restrições nas próximas horas.

A capital francesa, onde os ginásios estão fechados e os bares encerram às 22h00, regista mais de 250 casos por cada 100.000 habitantes.

A situação também é preocupante no Reino Unido, país mais enlutado da Europa, com mais de 42.000 mortes. As autoridades de saúde admitiram que a taxa de infeção "não está sob controlo" e que as coisas "estão num mau caminho", nas palavras do assessor científico do governo, Patrick Vallance.

Entre países, os Estados Unidos permanecem na liderança das nações mais afetadas pela covid-19, com mais de 206.000 vítimas fatais e 7,2 milhões de contágios.

Em Nova Iorque, que nos últimos meses era considerada um exemplo de como controlar a doença, depois de se tornar o epicentro nacional com um recorde de 23.800 mortos, os números epidemiológicos dispararam nos últimos dias. A taxa de testes positivos ficou durante semanas em apenas 1%, mas na terça-feira atingiu 3,25%, "um motivo de inquietação real", afirmou o prefeito democrata Bill de Blasio.

A Flórida, que também foi o foco do vírus em julho e agosto, registou 175 óbitos na quarta-feira, menos de uma semana depois da reabertura da economia do estado.

34 milhões de empregos perdidos

Na América Latina, onde o novo coronavírus não dá tréguas, alguns países prosseguem com a flexibilização das restrições, para tentar estimular economias asfixiadas pelo confinamento.

Cuba suspende esta quinta-feira o toque de recolher noturno que vigorou por um mês em Havana para controlar a pandemia.

O Peru anunciou a retomada na segunda-feira dos voos internacionais com sete países latino-americanos (Colômbia, Equador, Panamá, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Chile), após quase sete meses de paralisação.

A pandemia provocou a perda de 34 milhões de empregos na América Latina e Caribe, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que fez o alerta: a recuperação económica pós-pandemia ampliará as desigualdades na região.

"Os empregados informais, as mulheres, os jovens e os de menor escolaridade são aqueles que, em geral, experimentaram com maior intensidade a perda do emprego", afirmou a OIT, que tem a sua sede regional em Lima.

Um exemplo é o Brasil, segundo país mais afetado pelo vírus (mais de 142.000 mortes), que registou uma taxa de desemprego de 13,8% no trimestre maio-julho, um recorde desde 2012.

Na Argentina, a pobreza alcançou 40,9% da população no primeiro semestre do ano, com 10,5% das pessoas a viver na extrema pobreza, um dos piores níveis da história do país, segundo o Instituto de Estatísticas (Indec).