Em comunicado enviado à agência Lusa, o conselho de administração do CHUC refere que o número de especialistas de medicina interna no serviço de urgência tem aumentado, sendo que "a composição atual prevista não é inferior à dos anos anteriores".

Na quarta-feira, a Secção Regional do Centro (SRC) da Ordem dos Médicos (OM) alertou para a situação "incomportável" e "de extrema gravidade" no serviço de urgência dos HUC, que é "um dos maiores do país" e um dos polos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

A situação, afirma a SRC da Ordem, deve-se "às dificuldades em cumprir a escala de medicina interna".

Para este serviço de urgência, as recomendações técnicas da OM "estipulam uma escala diária com um mínimo de cinco especialistas em medicina interna", mas, "atualmente, e ao arrepio dessa recomendação, apenas estão três médicos internistas", sublinha.

"Para piorar a situação, a partir do dia 14 deste mês [de dezembro], numa das épocas mais críticas de afluência ao serviço de urgência, a equipa ficará reduzida para dois médicos internistas", adianta a SRC.

Segundo o CHUC, o parecer da Colégio da Especialidade de Medicina Interna da Ordem dos Médicos (OM) baseia-se "num número total de urgências, que correlaciona por estimativa com o número de doentes observados pelos especialistas de medicina interna".

"O número de doentes que diretamente são observados pelos especialistas de medicina interna é dependente da organização dos serviços, e do restante número de especialidades e médicos presentes, sendo que no caso dos HUC estão múltiplas equipas de serviço de outras especialidades", salienta a nota do centro hospitalar.

O CHUC considera que há "um erro na interpretação dos números do parecer do Colégio de Especialidade de Medicina Interna, pois este claramente inclui o apoio a unidades de cuidados intermédios ou outras dentro do serviço de urgência, o que não foi contabilizado no comunicado da SRC da Ordem dos Médicos".

Para além da urgência polivalente dos HUC, o CHUC tem outro atendimento de urgência de adultos no Hospital Geral (HG), fazendo parte do mesmo serviço e com escala única da especialidade de medicina interna.

No conjunto das duas unidades do serviço (HUC e HG), no período de maior afluência (diurnos), estão previstos seis especialistas, para um total indicativo médio de 568 doentes/dia, o que é o determinado pelo parecer do Colégio da Especialidade de Medicina Interna da OM.

"Nunca na urgência estão abaixo de dois especialistas de medicina interna, nos períodos de menor intensidade. Também se informa que a contabilização de especialistas na escala de medicina interna do CHUC não inclui por norma os internos do 5.º ano da especialidade, que poderiam ser contabilizados, segundo o parecer do Colégio da Especialidade", lê-se no comunicado.

Para a administração do CHUC, "o que está unicamente em causa é ter sido apresentada uma escala em que um dos lugares da escala-tipo, diurnos, não está preenchido em alguns dias", embora anteveja "dificuldades, considerando a competição de outros hospitais públicos e privados, com escalas paralelas da especialidade".

O conselho de administração refere que "mandou rever a elaboração da escala, no sentido do seu preenchimento", e que "serão feitos todos os esforços para completar esta escala, como aconteceu em outras especialidades e em outros períodos na mesma escala".