As escolas estão a preparar o próximo ano letivo de maneira diferente, devido à pandemia da covid-19, e o serviço de refeições das cantinas está entre a lista de desafios dos diretores escolares, que já apontaram a possibilidade de adotar o serviço de ‘take-away’.

A Ordem dos Nutricionistas lançou, por isso, um guia orientador no contexto da alimentação escolar em tempos de covid-19, apontando uma série de recomendações para o funcionamento das cantinas.

Entre as medidas, a instituição aconselha o alargamento do período de almoço e a distribuição dos alunos por diferentes horários, de maneira a assegurar o distanciamento social no espaço do refeitório, que deverá ter a lotação reduzida.

Em relação ao regime de ‘take-away’, a ordem sublinha a importância de assegurar que as refeições sejam igualmente completas e equilibradas, incluindo “sopa, conduto, guarnição, hortícolas, pão e fruta”.

“As escolas têm um papel imprescindível no fornecimento de uma alimentação adequada para as crianças e jovens em idade escolar”, escreve a instituição em comunicado, sublinhando que esse papel é ainda mais importante no contexto atual, que fragilizou em termos económicos muitas famílias.

Por isso, o guia, disponível na página da Ordem dos Nutricionistas, prevê também um conjunto de medidas para o caso de as escolas serem novamente forçadas a encerrar, situação que não poderá interromper o funcionamento das cantinas.

Neste caso, recomendam, as escolas deverão informar os encarregados de educação sobre as alterações no fornecimento de refeições escolares, as opções disponíveis e o procedimento de requisição das refeições, que devem ser idênticas àquelas disponibilizadas em período normal.

Enquanto as escolas estiverem a funcionar, a ordem recomenda ainda a disponibilização de talheres e guardanapos em saquetas individuais, a eliminação de jarros com água e de recipientes para temperos, e o desaconselhamento do uso de micro-ondas partilhados.

“Fizemos a nossa a parte, elaborando orientações para auxiliar os nutricionistas na sua prática profissional. Agora esperamos que o Governo faça a sua parte, desenvolvendo uma estratégia para a alimentação escolar nesta fase de pandemia”, afirma a bastonária.

Citada em comunicado, Alexandra Bento sublinha a necessidade de reforçar o número de nutricionistas nas escolas, em particular nesta fase.

“É urgente a presença de nutricionistas nas escolas, nomeadamente para a implementação de mecanismos que permitem a identificação de alunos em situação de insegurança alimentar, bem como para a intervenção necessária para mitigar este problema e o seu impacto na saúde”, refere.

O próximo ano letivo arranca entre os dias 14 e 17 de setembro com aulas presenciais, depois de três meses de ensino à distância, devido à pandemia da covid-19 que em meados de maio obrigou ao encerramento de todos os estabelecimentos de ensino.