Segundo António Sousa Pereira, o trabalho da investigadora recebeu “merecido reconhecimento internacional numa altura em que ser cientista, particularmente uma mulher cientista, não era tarefa fácil”.

“A morte da professora Maria de Sousa é uma perda enorme para a Universidade do Porto e para a academia portuguesa”, lamentou.

Para António de Sousa Pereira, “foi uma honra para a Universidade do Porto ter acolhido o seu regresso a Portugal em 1984, onde desenvolveu brilhantemente o seu trabalho como docente e investigadora, tendo sido homenageada com as mais altas distinções e prémios nacionais e internacionais”.

“Maria de Sousa será para sempre lembrada como um dos nomes maiores da Universidade do Porto e da ciência portuguesa”, sublinhou.

Maria de Sousa, uma das primeiras mulheres portuguesas a serem reconhecidas internacionalmente pelas suas descobertas científicas, morreu hoje, após uma semana de internamento hospitalar motivado pela COVID-19.

A Professora Emérita da U.Porto e Investigadora Honorária do i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da U.Porto notabilizou-se internacionalmente ainda na década de 1960 pelas contribuições que deu para a definição da estrutura funcional dos órgãos que constituem o sistema imunológico.

No entanto, refere a U.Porto em comunicado, a sua relevância vai muito além das descobertas científicas, tendo desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento do sistema científico nacional e para a criação de toda uma nova geração de cientistas portugueses, depois de na década de 1980 ter regressado a Portugal para integrar o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS) e o Instituto de Biologia Molecular e Celular (atual i3S) como professora e investigadora, respetivamente.

O novo coronavírus, responsável pela doença covid-19, já provocou mais de 117 mil mortos e infetou quase 1,9 milhões de pessoas, numa pandemia que atingiu 193 países e territórios.

Em Portugal, houve 535 mortes associadas à covid-19 e 16.934 casos de infeção confirmados, segundo o balanço feito na segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde.