O protocolo irá permitir recuperar e ampliar o centro de referência de cardiopatias congénitas, transplante cardíaco e transplante renal do Hospital de Santa Cruz, um projeto que está integrado no Plano de Investimento do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental.

Segundo o presidente da autarquia (no distrito de Lisboa), Isaltino Morais, o município vai investir cinco milhões de euros neste projeto, porque é necessário e por uma questão de “prioridades”.

“Obviamente que, mais tarde ou mais cedo, com certeza que o Governo poderia realizar esta obra, mas podia demorar muito tempo. […] Se pretendemos este serviço atualmente, antecipamos um investimento, o município faz esse esforço”, salientou Isaltino Morais.

A ministra da Saúde, Marta Temido, destacou que o projeto permitirá ao hospital “a consolidação do seu perfil assistencial reforçando as condições de conforto, funcionalidade e eficiência necessárias ao desenvolvimento da atividade clínica e proporcionando aos utentes e às famílias uma melhoria muito importante nas condições de acolhimento que hoje são oferecidas”.

Em contrapartida, a Câmara vai poder usar dois terrenos que atualmente são do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO) para intervenções na rede viária existente, “reordenando as ligações no eixo da Avenida Professor Reinaldo dos Santos, em Carnaxide, incluindo as ligações ao Alto da Montanha e à Estrada da Outorela”, salientou a ministra.

“Foi neste contexto que resultou esta combinação virtuosa, que se traduz neste protocolo do qual hoje aqui se dá nota pública a todos os profissionais, a toda a comunidade, a todos os utentes, através do qual o CHLO cederá à Câmara Municipal de Oeiras duas parcelas de terreno para a construção da referida rede viária e respetivos acessos ao hospital e, em contrapartida, a edilidade irá financiar com até cinco milhões de euros a construção do centro que referimos”, realçou a ministra.

Isaltino Morais (independente) salientou que não é a primeira vez que o município antecipa investimentos que deveriam ter sido feitos pelo poder central, tendo financiado “praticamente todos os centros de saúde deste concelho” e construído “as esquadras da PSP, que são uma responsabilidade do Estado, mas foi a Câmara que as fez”.

“Em Oeiras, sempre entendemos que, em determinadas situações que consideramos urgentes, tendo o município essa disponibilidade, nós antecipamos e fazemos investimento. Obviamente que esperamos o retorno noutras circunstâncias. Quer dizer que não queremos habituar mal os Governos”, sublinhou.

O autarca revelou ainda que há outras áreas em que o município está a ponderar realizar investimentos, como “a disponibilização de casas para médicos, porque há falta de casas no concelho, e os profissionais como médicos, professores e polícias têm essa dificuldade”.