Os especialistas da OMS, responsáveis por monitorizar a evolução do novo coronavírus que provoca a doença covid-19, reuniram-se hoje para determinar se a nova variante, identificada como B.1.1.529, deve ser classificada como "preocupante" ou “de interesse para monitorização”, segundo explicou Christian Lindmeier, porta-voz da agência do sistema das Nações Unidas, numa conferência de imprensa em Genebra.

"Análises preliminares mostram que a variante tem um grande número de mutações que exigirão mais estudos e vão ser necessárias várias semanas para entender o seu impacto", acrescentou Christian Lindmeier.

A reunião do Grupo Consultivo de Peritos sobre a Evolução dos Vírus - que decorre em Genebra em formato híbrido – está a analisar em conjunto com especialistas sul-africanos os últimos dados disponíveis sobre a nova variante, identificada pela primeira vez no dia 11 de novembro.

Neste momento, a OMS quer perceber o grau de risco da nova variante do vírus, que se junta a outras quatro já identificadas e nomeadas como Alpha, Beta, Gamma e Delta.

Para já, a OMS está a aconselhar os países a não tomarem medidas de restrição de viagens, enquanto a virulência e a transmissibilidade da nova variante permanecem desconhecidas.

"Permitam-me reiterar a nossa posição oficial: a OMS recomenda que os países continuem a aplicar uma abordagem científica e baseada no risco (...). Nesta fase, mais uma vez, a implementação de medidas restritivas de viagens não é recomendada", explicou Lindmeier.

O laboratório alemão BioNTech, sócio da Pfizer, espera ter no mais tardar em duas semanas os primeiros resultados dos estudos que determinarão se a nova variante da COVID-19 detetada na África do Sul é capaz de escapar da proteção da vacina.

Pelo menos quatro países – Áustria, Itália, Israel e Singapura – proibiram hoje a entrada de viajantes provenientes de Moçambique, a par de outros países da África Austral, como medida de precaução devido à nova variante do coronavírus detetada na África do Sul.

França suspendeu hoje os voos provenientes de Moçambique, África do Sul, Lesotho, Botsuana, Zimbabué, Namíbia e Essuatini, com efeito imediato e durante pelo menos 48 horas, após ter sido encontrada uma nova variante do coronavírus.

"Estas medidas destinam-se a proteger contra a chegada deste vírus", disse o ministro da Saúde, Olivier Véran, que salientou que se trata de uma nova variante que se está a propagar rapidamente, mas que há poucos casos até agora.

A nova variante identificada pela África do Sul que provocou uma queda de 4% na abertura da bolsa de Paris, preocupa as autoridades francesas, que afirmaram esta manhã que agiriam para impedir a sua entrada em território francês.

Áustria, Itália, Israel e Singapura nomearam Moçambique como um dos países sujeito a restrições. Já o Reino Unido havia indicado uma lista de seis países a excluir: África do Sul, Botsuana, Essuatini (antiga Suazilândia), Lesoto, Namíbia ou Zimbabué. Essa decisão inglesa já foi seguida pelo Japão e Alemanha.

O Departamento de Saúde da África do Sul e cientistas da Rede de Vigilância Genómica daquele país revelaram detalhes de uma variante Covid-19 recentemente detetada e altamente mutante - a B.1.1.529 – esta quinta-feira. Horas mais tarde, o Reino Unido anunciou que os viajantes da África do Sul, e dos países vizinhos, seriam impedidos de entrar no país.

Contágios com a B.1.1.529 foram detetados até agora no Botswana, Hong Kong, e África do Sul, uma notícia que resultou em novas perturbações nos voos internacionais.