A visita surpresa ocorreu cerca das 16:00 e entre as crianças ucranianas visitadas estavam também vítimas de ferimentos na sequência de bombardeamentos por parte da Rússia, descreveu a agência de notícias Efe.

O Vaticano disse que atualmente há 19 crianças ucranianas entre a sede em Roma e a do hospital na cidade de Palidoro, nos arredores da capital, enquanto as que chegaram desde o início da guerra são cerca de 50.

“O papa parou nas salas e visitou todos os pequenos presentes, antes de retornar ao Vaticano”.

Francisco decidiu realizar esta visita após ter recebido hoje em audiência o Coro Antoniano, ao qual pediu para rezarem pelas crianças ucranianas.

Entre as crianças internadas há quatro meninas que foram acompanhadas por uma associação de voluntários e que sofreram ferimentos graves de guerra.

De acordo com o chefe de Cirurgia Plástica e Maxilofacial do hospital, Mario Zama, duas das crianças internadas sofreram amputação do membro superior e outras duas meninas sofreram traumatismo craniofacial bastante grave.

Esta visita ocorre depois de na sexta-feira, o papa Francisco ter condenado “o perverso abuso de poder” patente na agressão russa à Ucrânia e ter pedido ajuda para os ucranianos, atacados na sua “identidade, história e tradição” e que têm direito a “defender a sua terra”.

As declarações do papa, numa mensagem enviada a um encontro de representantes católicos europeus na Eslováquia, são algumas das mais contundentes por si reveladas até agora sobre o direito da Ucrânia a existir enquanto Estado soberano e a defender-se da invasão da Rússia.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 847 mortos e 1.399 feridos entre a população civil, incluindo mais de 140 crianças, e provocou a fuga de cerca de 5,2 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,3 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.