O esclarecimento de Daniel Ferro surge na sequência da denúncia do Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) de que a Unidade de Cuidados Intensivos Respiratórios do Hospital de Santa Maria, “uma das maiores e mais importantes do país”, estaria encerrada durante o dia de hoje.

“A Unidade de Cuidados Intensivos Respiratórios do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, está hoje encerrada por impossibilidade de garantir o número de médicos necessários para assegurar o funcionamento do serviço”, diz o Sindicato dos Médicos da Zona Sul em comunicado.

Contactado pela agência Lusa, Daniel Ferro disse que não está previsto o encerramento desta unidade e que a capacidade de resposta a doentes críticos, nomeadamente respiratórios, não sofrerá alterações no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), que engloba os hospitais Santa Maria e Pulido Valente.

“A única coisa que vai acontecer é uma reconversão das nossas unidades de forma a dar resposta a todos e às mesmas necessidades que existiam”, sublinhou o presidente do conselho de administração do centro hospitalar.

O centro hospitalar tem em curso um projeto de reorganização e modernização do Departamento de Pneumologia, para “reforçar as áreas de diferenciação e criar novas áreas em linha com o que de mais moderno se faz nos grandes centros de Pneumologia, sendo nesta altura prematuro falar em decisões finais”, refere o CHULN.

“Nós temos duas unidades de cuidados especiais. O que vai acontecer é que nós vamos concentrar os doentes mais graves numa delas e os doentes não tão graves na outra”, mas, disse, “não há nenhum encerramento de unidades de cuidados especiais na área da pneumologia”.

Portanto, sustentou, “em terminologia de cuidados intensivos isto significa que, em vez de termos duas unidades, em que qualquer delas tem doentes de nível três e nível dois, o que vamos fazer é uma reconversão em que numa estão internados preferencialmente os doentes de nível três e na outra, preferencialmente, os doentes de nível dois”.

Questionado se o hospital tem carências de especialistas nesta área, o responsável afirmou que sim.

“Efetivamente, temos carências de médicos de pneumologia e, portanto, a expectativa que tínhamos era de apenas, através de um concurso, poder supri-la, mas provavelmente não vai ser suficiente e, portanto vamos ter, além do concurso, que encontrar mais recursos para podermos contratar e é isso que está a acontecer e, em princípio, acho que teremos pelo menos mais uma situação identificada”, adiantou Daniel Ferro.