O INE revelou que em 2020 nasceram 84.426 crianças de mães residentes em Portugal, menos 2.153 crianças do que em 2019, o que significou uma redução de 2,5 por cento.

Quanto à mortalidade, 123.358 pessoas residentes morreram em 2020, mais 11.565 do que no ano anterior, o que significa um aumento de 10,3%.

Isto traduz-se num "forte agravamento do saldo natural" (a diferença entre os dois), que passou de -25.214 para -38.932.

A região Centro registou o saldo natural negativo maior, com uma diferença de -14.508 entre nascimentos e mortes.

O INE refere que a natalidade diminuiu em todo o país, salientando-se a Área Metropolitana de Lisboa, em que nasceram menos 4,9% de crianças do que em 2019.

Setembro de 2020 foi o mês em que se registaram mais nascimentos e a maior descida mensal em relação ao ano anterior verificou-se em dezembro, quando nasceram menos 9,6% de bebés, todos "concebidos já em período de pandemia".

Dos 84.426 bebés nascidos em Portugal no ano passado, 43.387 são do sexo masculino e 41.309 do sexo feminino.

Pelo sexto ano consecutivo, mais de metade do total de nascimentos (57,9%) verificou-se fora do casamento, representando um aumento de 1,1 pontos percentuais em 2020 em relação a 2019.

A maioria (64,2%) das mulheres que deram à luz em 2020 tinha entre 20 e 34 anos, 33,7% tinham 35 anos ou mais e 2,1% tinha menos de 20 anos.

No capítulo da mortalidade, 61.370 dos óbitos de 2020 foram de homens e 61.988 de mulheres. Por idades, 86,2% das mortes foram de pessoas com 65 e mais anos e mais de metade (60,4%) de pessoas com 80 e mais anos.

A mortalidade em 2020 começou a aumentar em relação ao ano anterior a partir do mês de março, quando se registaram as primeiras vítimas mortais de covid-19.

A tendência de aumento em relação a 2019 continuou por todos os meses e teve um primeiro máximo em abril, abrandou e voltou a subir em julho e foi em dezembro que se registaram mais mortes (12.970), o que representou um aumento de 29,9% em relação ao mesmo mês de 2019.

O aumento de mortalidade foi comum a todas as regiões do país, sobretudo no Norte, onde morreram mais 14,5% de pessoas e na Área Metropolitana de Lisboa, onde o aumento foi de 10,5% em relação a 2019.