As autoridades espanholas continuam a recolher indícios que possam explicar a morte de  María Jesús Fernández Calvo. A mulher de 46 anos morreu vítima de uma intoxicação alimentar, depois de almoçar no sábado no restaurante RiFF, em Valência, Espanha, no dia do aniversário do marido.

Até ao momento, 29 das 75 pessoas entrevistadas pelos inspetores da Autoridade de Saúde Pública de Valência apresentaram sintomas de intoxicação alimentar, como náuseas, vómitos, dores de barriga, distinção abdominal, diarreia, entre outros, após refeições naquele estabelecimento entre os dias 13 e 16 de fevereiro.

O pior desfecho aconteceu mesmo com María Jesús Fernández Calvo. A mulher morreu em casa, na madrugada de domingo, dia 17.

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As autoridades abriram uma investigação para determinar se foi algum dos ingredientes usados nos pratos escolhidos pela família que esteve na origem da intoxicação fatal.

Restaurante permanece encerrado

O restaurante foi entretanto encerrado. Bernd H. Knöller, o alemão proprietário do "Riff", só abrirá o estabelecimento depois de conhecidos os resultados das análises toxicológicas e da  autópsia da vítima, escreve o jornal El País.

O restaurante RiFF abriu em 2001 e possui menus de degustação a partir dos 85 euros por pessoa. Em 2009, foi premiado com uma estrela Michelin.

O 'chef' alemão, radicado em Valência desde 1991, garante que tem colaborado desde o início com o departamento de Saúde Pública das autoridades espanholas e diz esperar que tudo fique esclarecido "o mais rapidamente possível".

"Diante dos acontecimentos de que tive conhecimento (...) pelas autoridades sanitárias da cidade, que relacionam este restaurante de que sou titular, o RiFF, com diferentes doenças gástricas em vários clientes, incluindo a que resultou na morte de um deles, tomei a decisão de que o restaurante permanecerá encerrado até que as causas do sucedido sejam apuradas e se possa retomar a atividade com todas as garantias de segurança, tanto para o pessoal como para todos os clientes", disse Bernd Knöller, em comunicado.

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Estabelecimento cumpria todas as normas sanitárias

De acordo com a diretora de saúde regional, Ana Barceló, a investigação preliminar, logo na segunda-feira, não detetou qualquer irregularidade no restaurante, que cumpria todas as normas sanitárias, e, por isso, é preciso esperar pelas análises realizadas.

Foram recolhidas amostras de alimentos que fizeram parte do menu nos dias em questão, como por exemplo cogumelos morel. "Temos de esperar pelo resultado da autópsia para concluirmos se a vítima morreu da ingestão de comida estragada, se morreu de uma consequência da comida estragada [como engasgar-se com o próprio vómito] ou se já existia alguma condicionante", explicou a responsável de saúde.

A família consumiu um menu de degustação que incluia um arroz com cogumelos, preparado com morchellas, um tipo de fungo usado na alta cozinha e que não se pode consumir cru devido à sua toxicidade.