Apenas pessoas com mais de 50 anos poderão receber a vacina da Janssen em Portugal. A norma já foi publicada no site Direção-Geral da Saúde (DGS).

Segundo o documento, recomenda-se, à data, que a vacina da Janssen contra a COVID-19 "seja utilizada em pessoas com 50 ou mais anos de idade". "Os estudos em curso e os dados que continuam a ser analisados pela Agência Europeia de Medicamentos podem justificar a revisão desta recomendação a qualquer momento", salvaguarda a nota.

"As pessoas com menos de 50 anos de idade, que assim o desejem podem ser vacinadas com a vacina da Janssen contra a COVID-19, desde que sejam devidamente informadas sobre os benefícios e os riscos, e concedam expressamente o seu consentimento informado", lê-se ainda.

A informação foi também avançada aos jornalistas esta manhã pelo Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales. "Estes planos são ajustáveis e têm sempre uma adaptação permanente, progressiva, àquilo que a Ciência nos vai dando", comentou o responsável durante uma visita ao Centro Hospitalar do Oeste, nas Caldas da Rainha.

Segundo o governante, as autoridades estão em articulação com outros países e a seguir "as recomendações internacionais".

"Se houver necessidade de fazer ajustes dentro de algum tempo, serão feitos", assegurou o médico.

No dia 20, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) concluiu que há uma possível relação entre a formação de coágulos sanguíneos e a vacina da Janssen, na sequência de terem sido registados oito casos de pessoas que desenvolveram coágulos sanguíneos em quase sete milhões de pessoas vacinadas nos EUA.

Um dia depois, a ministra da Saúde, Marta Temido, disse não haver qualquer restrição à utilização da vacina da Janssen em Portugal, uma vez que o plano de vacinação está atualmente focado nos mais de 70 anos.

Marta Temido disse na altura que as autoridades nacionais vão seguir as recomendações da Agência Europeia de Medicamentos e que aguardavam a análise da comissão técnica de vacinação.

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Segunda dose não tem de ser da AstraZeneca

António Lacerda Sales revelou também hoje que quem fez a primeira dose do imunizante da AstraZeneca poderá optar por outra vacina na segunda dose.

"A recomendação é que a segunda dose seja da AstraZeneca. Se, por qualquer motivo, não quiserem essa, terão possibilidade de optar por outra vacina, no seu devido tempo", disse citado pela TVI24.

Em Portugal, morreram 16.974 pessoas dos 836.033 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A pandemia de COVID-19 provocou, pelo menos, 3.152.646 mortos no mundo, resultantes de mais de 150 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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