Numa altura em que um novo coronavírus matou por pneumonia na China mais de 130 pessoas num mês, os dados publicados nacional e internacionalmente mostram que há mais de 400 mortes por pneumonia em Portugal todos os meses, em média, na população adulta.

O conjunto das doenças respiratórias em Portugal provoca cerca de 40 mortes por dia, sendo que quase metade das 13 mil mortes anuais é causada por pneumonia, doença adquirida na comunidade e potencialmente curável, sendo a larga maioria pneumonias bacterianas. 

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O mais recente relatório do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias, apontava para mais de 14 mil mortes por doenças respiratórias em Portugal, sendo que o número aumenta para mais de 17.000 se forem acrescentados os óbitos por cancro da traqueia, brônquios e pulmão.

No panorama europeu, Portugal surge como um dos países onde mais se morre por pneumonia, doença que na Europa mata cerca de 140 mil pessoas, segundo dados da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.

Além de em média levar à morte de 16 pessoas todos os dias em Portugal, a pneumonia é responsável por mais de 80 internamentos diários.

As mortes por pneumonia afetam sobretudo os mais velhos, sendo que em mais de 90% dos casos os doentes têm 65 ou mais anos, segundo o Observatório Nacional das Doenças Respiratórias.

As doenças respiratórias são, desde 2015, a terceira causa de morte em Portugal, logo após o cancro, sendo responsáveis por 19% de todas as mortes ocorridas. 

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Também a gripe é uma doença que provoca mortalidade, levando em Portugal à morte de cerca de 3.000 pessoas só na época gripal de 2018/2019, segundo dados oficiais do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

Desde o início do mês, um novo coronavírus, que provoca pneumonias virais, foi detetado na China, onde as autoridades já anunciaram mais de 5.900 casos da doença, com 132 mortes registadas.

A origem deste surto de um novo vírus ainda não está completamente esclarecida, sendo que a transmissão pessoa a pessoa já foi confirmada, embora as circunstâncias exatas do modo de transmissão estejam também por esclarecer.

A cidade de Wuhan, onde o surto terá tido início, tem 11 milhões de habitantes – população idêntica à de Portugal – e é a sétima maior cidade da China. Neste momento, a cidade encontra-se em quarentena.