A esmagadora maioria dos dietistas e nutricionistas defende um regime alimentar racional e rigoroso. Mas existem exceções, como é o caso do investigador norte-americano Brian Wansink, apologista do conceito coma sem pensar e autor de livros especializados já publicados em Portugal. "A melhor dieta é aquela que fazemos sem a noção de a estarmos a fazer", considera o especialista, nascido em Sioux City, no Iowa, nos EUA.

Alguns dos rituais que Brian Wansink revela no seu livro "Comer sem pensar - O que nos influencia na hora de comer?", uma edição da Sinais de Fogo Publicações, fazem uma grande diferença na balança. Descubra, de seguida, sete das principais regras alimentares que o polémico cientista, que em 2017 e 2018 foi acusado de defender teses que não conseguiu comprovar cientificamente, continua a assumir como válidas.

1. Formate a sua mente

O nosso organismo deteta com facilidade a privação ou o excesso de muitas calorias mas é ineficaz em fazê-lo se estiverem em causa apenas 100 calorias. Basta, por isso, segundo Brian Wansink, alterar alguns hábitos para manobrar essa margem e perder ou ganhar quilos. Se eliminar o chocolate de 270 calorias que consome diariamente e deixar de pensar nele, ao fim de um ano conseguirá emagrecer cerca de 13 quilos.

2. Coma apenas 80% do que põe no prato

Habitue-se a comer menos, interiorizando esse comportamento. Como critica Catarina Furtado, o rosto do blogue de literacia alimentar À Roda da Alimentação, em entrevista, "os portugueses comem muito". "Repetem muito. Comem mais do que aquilo que precisam para os seus gastos energéticos", sublinha a apresentadora de televisão. "Retire do prato cerca de 20% do que acha que vai querer", sugere mesmo Brian Wansink.

3. Deixe de repetir

Vigie o que come. Em vez de se servir duas ou três vezes, mesmo que pequenas quantidades, sirva-se apenas de uma vez. "Terá melhor noção das quantidades e comerá cerca de 14% menos", assegura Brian Wansink, que deixa ainda um conselho a quem não resiste a alimentos como frutos secos, bolachas ou até cereais. "Não coma diretamente da caixa ou da embalagem", recomenda o investigador norte-americano.

4. Recorra à ilusão óptica

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Diminua o tamanho das caixas onde guarda os alimentos, das travessas que usa para servir as especialidades gastronómicas que prepara, das taças e dos pratos e prefira copos altos e finos.

Para além disso, arrume e dificulte. "Divida as embalagens de alimentos de tamanho familiar em doses mais pequenas", aconselha Brian Wansink. "Se comprar um saco grande de batatas fritas, retire uma porção e feche-a com fita cola. Coloque as tentações em áreas mais difíceis de alcançar", sugere ainda o especialista.

5. Evite os bufetes

Os portugueses adoram-nos para, para quem quer perder ou manter o peso, estes espaços de restauração que servem comida à descrição são o pior que lhes pode acontecer. "Haver muita variedade ou simplesmente pensarmos que temos muitas opções leva-nos a comer mais", critica Brian Wansink, que exorta os que se preocupam com a quantidade de calorias que ingerem diariamente a evitar estes espaços gastronómicos.

6. Afaste as tentações da mesa

Se tem o hábito de almoçar e/ou jantar fora muitas vez, saiba que há cuidados que deve interiorizar instintivamente para, depois, poder passar a comer sem pensar. No restaurante, entre um aperitivo, uma entrada, uma bebida ou uma sobremesa, escolha só duas opções. Para ter a escolha facilitada, pode optar por água, uma bebida sem calorias que não engorda. Peça também ao empregado que retire logo o pão da mesa.

7. Não se prive

Parece um contrassenso mas Brian Wansink garante que não o é. Como "a melhor dieta é aquela que fazemos sem a noção de a estarmos a fazer", o especialista sugere que mantenha os alimentos que considera mais reconfortantes na sua alimentação quotidiana mas diminua as quantidades e renove-os regularmente. "Se um deles é o gelado, troque um sundae de chocolate por uma taça mais pequena de gelado de morango", sugere.

Texto: Nazaré Tocha