Antes de nos determos no Sushi, em si, há que perceber que responder à pergunta hoje tornada corrente: “Este alimento ou tipo de alimento engorda, ou não?”, é uma questão complexa. Sucintamente, podemos responder pela via do bom senso, ou seja, tudo depende da quantidade ingerida.

Pormenorizando: Mesmo um alimento com muito pouco valor energético (contado em calorias) se consumido em quantidades muito elevadas pode contribuir para o aumento de peso. No entanto, se um alimento tem um valor energético muito baixo, este permite um consumo de maior número de peças, eventualmente conduzindo à saciedade, tornando mais “difícil” ou menos provável o aumento de peso.

Toquemos, então, no item Sushi e olhemos-lhe para a composição de base: É produzido com arroz, inclui peixe, algas, assim como outros alimentos dependendo da categoria de sushi. Face ao exposto no início deste artigo e, uma vez mais, a resposta sobre se esta cozinha japonesa engorda, ou não, dependerá do número de peças que são consumidas.

O sushi engorda? A resposta está na moderação no consumo de um alimento não isento de sal e açúcar

Para além do tipo de peça, a adição de molhos pode aumentar significativamente o valor energético. Acresce que as peças fritas possuem mais gordura, o que, como sabemos, é prejudicial, quer em termos de controlo do peso, quer no efeito que tem sobre o sistema cardiovascular.

Ainda a ter em consideração, o tipo de arroz que é utilizado no sushi, um bago com um índice glicémico elevado. Embora o consumo de hidratos de carbono (onde se inclui o arroz) seja muito importante, o arroz do sushi, em concreto, não é a sua melhor fonte. Mais, se nos detivermos no processo de confeção/elaboração, nomeadamente no que diz respeito à quantidade considerável (e que depende de país para país e mesmo entre restaurantes) de açúcar que é utilizado neste arroz.

Também o molho de soja que adicionamos ao sushi ou no qual mergulhamos as peças, acresce sódio à nossa alimentação. Facto somado ao elevado consumo de sal diário, tal como aqui abordámos.

No que respeita ao peixe, o sushi ao incluí-lo, recorre a um alimento rico em ácidos gordos do tipo ómega-3, reconhecido como tendo um efeito muito benéfico sobre a nossa saúde. Não podemos esquecer que este peixe é apresentado no seu estado cru, com alguns anti nutrientes, que comprometem a absorção de micronutrientes.

Em síntese, tal como em todos os aspetos da alimentação, a moderação é a palavra-chave e não esquecer de complementar com hortícolas, fundamentais no nosso prato.


Cláudia Viegas é Professora Adjunta na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa. Os seus principais interesses de investigação estão relacionados com Alimentação em contexto de Hotelaria e Restauração na relação com a Saúde Pública, Promoção e Proteção da Saúde e Estilos de Vida.