Desidratação

Por que ocorre?

No verão, a perda de água pelo suor é maior e, quem não faz a reposição adequada de líquidos, acaba desidratado. O quadro atinge com mais frequência idosos, que não sentem sede, e crianças pequenas, que não sabem demonstrar que precisam se hidratar. Para completar, a exposição prolongada ao sol e a prática de exercícios físicos aumentam bastante a transpiração do corpo.

Quais são os sintomas?

A condição pode se manifestar com ressecamento da pele e dos lábios, mas é insidiosa, uma vez que provoca prostração e sonolência, o que muitas vezes pode ser confundido com cansaço. Assim, o sono exagerado em idosos e bebés no calor inspira cuidados por parte de seus cuidadores. A desidratação pode evoluir para coma e paragem cardíaca.

Como prevenir?

A melhor forma de prevenção é hidratar-se com o melhor dos líquidos – a água –, mas é possível variar para aumentar a aceitação, por exemplo, com chás sem cafeína e bebidas isotónicas. Todo cuidado é pouco com bebidas alcoólicas, especialmente a cerveja, que parece matar a sede, mas aumenta a frequência e o volume urinário, predispondo o indivíduo à desidratação. Entre um copo e outro, tome água. Na alimentação, deve ingerir vegetais e frutas como melancia, melão, rabanete e pepino, entre muitos outros ricos em água.

O que fazer?

Quando há prostração ou sonolência é importante procurar um atendimento permanente para a reposição adequada de água e sais minerais. De qualquer modo, convém começar a hidratação já em casa, se possível.

Queimaduras solares da pele

Por que ocorrem?

A pele fica queimada pelo exagero na exposição solar, especialmente nos horários de maior incidência dos raios ultravioleta, das 11h às 16h, ou pelo uso errado do protetor solar, seja com fator de proteção solar (FPS) inadequado para o tom da pele, seja pela falta de reaplicação necessária.

O facto é que quem quer ficar bronzeado num só dia tem risco de acabar de sair da praia ou da piscina com problemas imediatos. Fora os riscos de cancro de pele no futuro – sim, os estragos do sol são cumulativos e dão origem a células malignas.

Mas é fundamental alertar que a radiação ultravioleta (RUV) não vem apenas “de cima”, vem de todos os lados e, mesmo debaixo de um guarda-sol, estamos expostos ao equivalente a 30% da RUV directa. Ou seja, 3 horas à sombra de um guarda-sol, equivale a cerca de 1 hora ao sol.

Quais são os sintomas?

Vermelhidão, dor e ardor na pele são as principais manifestações das queimaduras solares, assim como bolhas em casos mais graves. Podem ser acompanhadas de desidratação e sinais de insolação, como dor de cabeça, tonturas, enjoo, alteração nos batimentos cardíacos e até desmaios.

Como prevenir?

Podemos desfrutar do sol, mas se o queremos fazer de uma forma segura, sem colocarmos a nossa saúde em risco, temos que respeitar algumas regras: é importante frisar que a Fotoproteção não é só sinónimo de uso do protector solar!

É fundamental

  • Usar vestuário adequado: chapéu, óculos de sol, “t-shirt” de malha apertada, calções etc.
  • Evitar a exposição solar directa entre as 12 e as 16 horas. Crianças e pessoas de pele mais clara, idealmente entre as 11 e as 17 horas.
  • A exposição solar deve ser gradual e progressiva; não ter pressa em obter o tom bronzeado e, se tem a pele clara com dificuldade em bronzear – “não force “- pois obter um bronzeado ligeiro à custa de “escaldões” repetidos poderá ter, a prazo, um preço demasiado elevado.
  • Aplicar um protector solar de factor 30 ou superior, quinze a trinta minutos antes da exposição ao sol e repetir a aplicação de 2 em 2 horas ou após banho. A eficácia dos protectores solares está bem demonstrada na prevenção da queimadura, através dos filtros para a radiação ultravioleta B (UVB). Os protectores solares são menos eficientes no bloqueio da radiação UVA, apesar dos avanços recentes. Devem ser utilizados de forma sensata, com o objectivo de reduzir os efeitos negativos da exposição à RUV e não para permitir permanecer mais horas ao sol sem queimar.
  • Não esquecer de proteger os lábios, orelhas e o dorso das mãos, locais onde com frequência surgem lesões pré-malignas e malignas.
  • A maioria dos “acidentes” com o sol ocorre nos dias mais frescos, nublados, pela ideia errada de que, “se não está quente não queima”. O calor deve-se à radiação infravermelha que é filtrada pelas nuvens, mas a queimadura solar deve-se sobretudo à radiação ultravioleta, que é pouco afetada pelas nuvens. O uso de protetor solar não pode ser dispensado mesmo com o tempo nublado.
  • Cuidado com o sono! O adormecer ao sol é uma causa frequente de queimaduras, por vezes graves.
  • Atenção aos medicamentos que está a tomar, informe-se com o seu médico, pois alguns medicamentos de uso comum, como antibióticos, anti-hipertensores, anti-inflamatórios, entre outros, podem ser fotossensibilizantes, podendo desencadear uma reacção de tipo queimadura ou alergia na pele exposta ao sol.

O que fazer?

Se a queimadura for simples, banhos frios e gel hidratante calmante pós-sol podem ajudar a reduzir o incómodo, sem esquecer de ingerir bastante água para hidratar o corpo. Assim que possível, procure um dermatologista, uma vez que há cremes tópicos que ajudam a reduzir o número de células com risco de transformação maligna. Em casos mais graves, com insolação, mantenha a hidratação e procure imediatamente atendimento médico.

Conjuntivite

Por que ocorre?

A condição tem alta incidência no ano todo, mas, no verão, acaba sendo bastante comum por conta do uso mais frequente de piscinas, saunas e de aparelhos de ar-condicionado e da maior aglomeração de pessoas em praias, parques e outros locais semelhantes. Além disso, a exposição prolongada ao sol torna os olhos mais irritados e vulneráveis à ação de vírus e bactérias, que, por sua vez, se disseminam mais facilmente sob calor e humidade.

Quais são os sintomas?

A infecção provoca irritação ocular, olhos vermelhos, inchaço nas pálpebras, lacrimejo e sensação de areia nos olhos. Quando causada por bactérias, há presença de exsudado ocular espesso.

Como prevenir?

Lave as mãos com frequência, sobretudo após ter tocado em objetos de uso coletivo ou ter estado em locais públicos, e não coce os olhos. Não compartilhe itens de uso pessoal, como toalhas de banho, em especial as de praia ou piscina, lenços e maquiagens, óculos, inclusive os de mergulho, entre outros.

O que fazer?

Perante esta sintomatologia, procure um oftalmologista ou mesmo um atendimento permanente , já que a conjuntivite é altamente contagiosa. O médico precisa avaliar o quadro para determinar a origem da infecção (viral ou bacteriana) e, assim, prescrever o tratamento mais indicado.

Um artigo da médica Patrícia Mora, especialista em Medicina Geral e Familiar no Hospital CUF Sintra.