A foliculite é uma situação clínica comum em que ocorre inflamação dos folículos pilosos do couro cabeludo ou dos pelos no caso da foliculite da barba ou de outras áreas do corpo.

Para esta inflamação podem contribuir vários fatores, desde o excesso de oleosidade, que facilita a obstrução dos orifícios foliculares, aplicação de produtos irritantes locais e microrganismos, como bactérias, ácaros e fungos, alguns destes comensais, habitantes normais na superfície da pele ou do couro cabeludo.

Os sinais e sintomas incluem pápulas, pústulas ou nódulos que podem ser dolorosos, podem drenar pus ou provocar sensação de ardência e queimor. É muito frequente a evolução com formação de crostas, que quando escoriadas/ manipuladas pelo paciente podem evoluir para cicatriz e alopécia, ou seja, perda de cabelo ou pelo no local.

A foliculite pode ser superficial ou profunda a nível do folículo piloso. As formas superficiais em geral evoluem mais favoravelmente se adequadamente tratadas, enquanto as formas profundas têm pior prognóstico com possibilidade de formação de abcessos e alopécia permanente.

O tratamento passa por uma abordagem global com controlo das causas que podem contribuir para a foliculite, nomeadamente o excesso de produção de sebo ou o ajuste dos produtos aplicados. É essencial a observação por dermatologista para o diagnóstico e início atempado do tratamento, que pode passar por medicamentos de aplicação local em pomada, creme ou gel ou em casos mais graves pela toma de medicamentos orais.

O tratamento local ou oral visa o controlo da inflamação, a redução do crescimento microbiano com consequente evicção da progressão para alopécia e da recidiva/ recorrência da foliculite.

Um artigo da professora doutora Ana Pedrosa, dermatologista na clínica Insparya Porto.