Já é possível reverter a diabetes através de uma intervenção cirúrgica. O recurso a uma cirurgia metabólica pode permitir a uma grande parte dos diabéticos que sofrem do tipo 2 desta doença manter a glicemia em jejum dentro dos níveis normais sem medicação. Mas nem todos os doentes podem ser submetidos a esta intervenção, alerta um artigo do Diabetes 365º, o projeto de literacia multiplataforma que pretende auxiliar os portugueses a viver melhor com esta patologia.

"A diabetes não é curável, mas a do tipo 2 pode ser revertida através de uma cirurgia metabólica. Podemos controlá-la ao ponto de entrar em remissão", assegurou, em declarações à revista Saber Viver, uma das parceiras do projeto, tal como também sucede com o Modern Life, o médico cirurgião Rui Ribeiro, coordenador do Centro Multidisciplinar da Doença Metabólica da Clínica de Santo António, uma das unidades médicas do grupo empresarial Lusíadas Saúde.

5 receitas (saudáveis) para diabéticos que toda a família deve provar
5 receitas (saudáveis) para diabéticos que toda a família deve provar
Ver artigo

"O doente operado fica como se estivesse curado", garante o especialista. "A cirurgia é quatro ou cinco vezes mais eficaz do que qualquer tratamento médico, como a toma de medicamentos, como foi demonstrado nos últimos anos através de vários trabalhos científicos", esclarece ainda Rui Ribeiro. Segundo o médico cirurgião, estas intervenções são, nos dias que correm, "muito seguras". "Possuem o mesmo baixo risco que uma cirurgia para retirar a vesícula ou de uma histerectomia [remoção do útero]", afirma. "As complicações são raras, menos de 2% , sendo as mais graves as fístulas e as hemorragias", acrescenta o especialista.

Apesar dos doentes com diabetes tipo 1 não poderem, salvo raras exceções, ser submetidos a este tipo de cirurgias, tal como também sucede com os pacientes com diabetes tipo 2 que já não produzem insulina, as taxas de êxito, ultrapassam, por norma, os 80%. "A cirurgia é o princípio do tratamento e não o fim", alerta, contudo, Rui Ribeiro. "Estes doentes têm de fazer alterações comportamentais para não ficarem novamente com diabetes", avisa ainda o médico.