Comecemos pela primeira explicação, o que é o tártaro. Também conhecido como cálculo dentário, o tártaro resulta da acumulação e calcificação da placa bacteriana na superfície dos dentes. A placa bacteriana é uma película pegajosa que adere aos dentes, constituída por bactérias e restos alimentares. Quando não é removida diariamente através de meios de higiene oral eficazes, dá origem ao tártaro, um depósito duro e amarelado/acastanhado.

Este pode localizar-se nas superfícies visíveis dos dentes, bem como por baixo da gengiva, passando assim despercebido ao paciente. A sua presença pode causar patologias orais como a gengivite ou periodontite. Caso não seja removido, a acumulação de tártaro pode ser causa de mau hálito, sangramento e inflamação das gengivas, bem como, a perda dos tecidos de suporte dos dentes.

O tártaro prejudica não só os dentes e a gengiva, como também se trata de um problema estético. Por ser poroso, absorve manchas com mais facilidade, sobretudo para quem é fumador ou bebe café e chá com frequência.

Como em muitas outras situações, a prevenção desempenha um papel crucial, sendo que a aquisição e manutenção de cuidados de higiene oral ao longo da vida são fundamentais para evitar a formação de tártaro e problemas consequentes. Assim, recomendamos:

  • Escovagem dos dentes com a técnica correta, durante dois minutos, duas a três vezes por dia;
  • Troca de escova a cada três meses, independentemente do aspeto da mesma;
  • E a utilização da fita dentária e/ou escovilhão diariamente com a técnica correta.

Depois de já estar formado, sendo o tártaro um depósito denso e duro, não será possível removê-lo através da escovagem ou utilização de fio dentário. É necessário realizar, pelo menos de 6 em 6 meses, uma consulta de Higiene Oral profissional em que é feita a destartarização.

Também é de salientar a importância do cumprimento da periodicidade destas consultas, não só pela remoção de tártaro e pigmentação, bem como pelo diagnóstico precoce de patologias orais.

Além disso, é nesta consulta que o paciente pode expor todas as dúvidas e dificuldades que possa ter e é também onde aprende as técnicas corretas de Higiene Oral adaptadas ao seu caso concreto.

Um artigo da higienista oral Inês Agostinho, do Instituto de Implantologia.