A dor é, geralmente, descrita como uma sensação de “queimadura”, “boca ardente”, “formigueiro” ou “dormência”, variando de intensidade moderada a severa, podendo ser constante ou intermitente ao longo do dia.

As queixas localizam-se principalmente na língua, lábios e palato, podendo afectar as restantes áreas da mucosa oral.

Para além da sensação dolorosa descrita, os doentes podem relatar, também, alteração ou diminuição do paladar (disgeusia) e/ou diminuição do fluxo salivar (hipossialia/xerostomia).

Os sintomas descritos podem piorar ao longo do dia, sendo menos severos ao despertar. Podem, igualmente, intensificar-se com o contacto de alimentos quentes e picantes, e em períodos de maior stress ou fadiga. A duração da dor pode variar de meses a anos, podendo ocorrer, em alguns casos, a melhoria espontânea dos sintomas.

A sua prevalência na população varia entre os 0,7% e os 15%, sendo mais comum em adultos a partir dos 55 anos e raramente diagnosticado em doentes com menos de 30 anos. As mulheres são 3 a 7 vezes mais afectadas do que os homens, sendo a idade mais prevalente entre os 40 e os 60 anos.

O diagnóstico da SBA é feito por exclusão de factores locais ou patologias que possam causar sintomas similares aos descritos. O quadro abaixo exemplifica alguns deles:

  • Factores Locais
  • Factores Sistémicos
  • Dentários (próteses dentárias desadaptadas, hábitos parafuncionais)
  • Endócrinos (diabetes mellitus, hipotiroidismo, menopausa)
  • Alergénicos (estomatite de contacto)
  • Alterações glândulas salivares (Xerostomia, S. Sjögren)
  • Neurológicos (nevralgia trigémio, neuralgia)
  • Fármacos
  • Nutricionais (vitamina B, ferro, ácido fólico)
  • Infecciosos (candidíase oral)
  • Psicogénicos (depressão, stress)

A SBA pode ser classificada como primária ou idiopática na ausência de achados clínicos ou laboratoriais, e como secundária quando associada a factores locais ou sistémicos.

O tratamento dos doentes diagnosticados com SBA é feito com recurso a terapia medicamentosa, reeducação de hábitos e/ou terapias alternativas. Nos pacientes diagnosticados com SBA secundária, os sintomas melhoram ou desaparecem com a retirada ou controlo do factor desencadeante.

Saiba mais neste vídeo da da médica dentista Filipa Gomes

Um artigo da médica dentista Filipa Gomes, da Clínica Santa Madalena.