A determinação sérica da Hormona Tireoestimulante (TSH) é o exame laboratorial mais sensível para a análise da função tiroideia. É geralmente solicitado pelo médico assistente em circunstâncias em que se suspeita ou de hipertiroidismo ou hipotiroidismo ou ainda quando a glândula apresenta sinais de aumento. Realizado a partir de uma amostra de sangue venoso de uma veia do antebraço, esta análise é ainda utilizada para monitorizar a eficácia de um tratamento.

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Um resultado de TSH elevado indica que a tiroide não está a responder adequadamente à estimulação pela própria TSH, devido a algum tipo de disfunção aguda ou crónica da tiroide, originando um quadro de hipotiroidismo. Pode igualmente indicar um problema com a hipófise, originando uma produção aumentada de TSH. Por outro lado, um resultado de TSH baixo indica que o paciente apresenta um excesso de produção de hormonas tiroideias.

Mesmo registando altos ou baixos níveis, uma TSH anormal indica um excesso ou uma deficiência na quantidade de hormona tiroideia disponível no organismo, mas não indica qual a razão de tal alteração. Um resultado anormal de uma análise ao TSH deve ser acompanhado da realização de testes complementares, de forma a investigar a causa do aumento ou da diminuição dos níveis de TSH.

Os principais auto-anticorpos associados a doenças autoimunes da tiroide, como o Síndrome de Hashimoto são os Anticorpos Anti-tiroperoxidase (TPO) e Anticorpos Anti-Tiroglobulina (ATG).
A tireoperoxidade (TPO) é uma enzima presente nas células epiteliais da tireoide. O valor de referência para o anti-TPO é menor que 15 U/ml. Valores elevados revelam lesão autoimune da glândula devido a Síndrome de Hashimoto.

Mais de 90% dos doentes com Síndrome de Hashimoto possuem Anticorpos Anti-tiroperoxidase. Em geral, pacientes com Anticorpos Anti-tiroperoxidase apresentam maior risco de desenvolverem doenças autoimunes da tiroide, principalmente se já tiverem critério para hipotiroidismo.

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A presença de Anticorpos Anti-Tiroglobulina (ATG) em pacientes com Síndrome de Hashimoto é comum em 80 a 90% dos casos clínicos. A Anti-Tiroglobulina é um anticorpo autoimune que destrói as células da tiroide, provocando um excesso de libertação de hormonas da tiroide e a posterior redução da sua produção. Estes anticorpos são mais comuns nos casos de hipotiroidismo. Resultados inferiores a 4,11 UI/mL estão dentro dos intervalos considerados normais. Valores acima de 4,11 UI/mL são elevados e devem ser interpretados juntamente com a doseamento sérico das hormonas da tiroide.

Em geral, os pacientes com Síndrome de Hashimoto ou Tiroidite Autoimune Crónica apresentam sinais e sintomas de hipotiroidismo. Analiticamente, destaca-se a presença de Anticorpos Anti-tiroperoxidase (TPO), fortemente positivos em cerca de 90% dos casos clínicos. Estes são o grande marcador da doença e são usados para confirmar a presença de uma tiroidite autoimune. Os Anticorpos Anti-Tiroglobulina (ATG) estão presentes em 20 a 50% dos doentes.

Um artigo de Maria José Rego de Sousa, Médica, Doutorada em Medicina, Especialista em Patologia Clínica.