Para a maioria de nós parece impossível poupar. Isto porque os ordenados parecem pequenos para todas as prestações e contas relacionadas com a casa, alimentação, roupa, escola dos filhos e muitas outras despesas consideradas fixas. Ainda assim, salvo situações de extrema dificuldade financeira, a maioria dos portugueses de classe média deixa passar ao lado oportunidades de poupança, nas chamadas pequenas despesas.

O primeiro passo para “fazer contas à vida” e analisar para onde está a ir o seu dinheiro, é começar por registar todas as suas despesas. Refeições fora, cafés ou revistas semanais são alguns dos exemplos de pequenos gastos que parecem inocentes, mas que se os somar para perceber quanto representam ao final de um ano, terá uma surpresa nada agradável. Para além disso, existem vários hábitos que deve ter em atenção para conseguir reequilibrar o seu orçamento familiar. E são eles:

1. Comer fora com muita frequência

Embora seja uma dica óbvia, este continua a ser um dos principais inimigos da carteira dos portugueses. Aqui inserem-se não só as refeições principais, como almoço e jantar, mas também lanches e pequenos-almoços. Tem por hábito, todos os dias beber um café e comer um pastel de nata? Bebe três cafés por dia? Encomenda comida todas as semanas, por vezes mais do que uma vez? Experimente, durante um mês, anotar sempre que fez algo do género e some quanto gastou no total. Verá que se reduzir a frequência com que come fora e se preparar com antecedência as suas refeições, chegará ao final do mês com mais algum extra.

2. Não procurar descontos e produtos mais económicos

Quando vai ao supermercado pega no primeiro produto que vê? Ou perde algum tempo na prateleira à procura do preço mais em conta? As superfícies comerciais estão constantemente a fazer promoções, principalmente as maiores. Mesmo que não tenha tempo, ou paciência, para consultar os folhetos com antecedência e programar as suas compras, quando se desloca à loja, veja se não existe uma opção mais em conta. Seja um produto em promoção, seja a marca branca, há muitos artigos que têm a mesma função. Faça essa experiência e perceba quanto poupou.

3. Apostar de forma regular em jogos de sorte

Aqui inserem-se as raspadinhas, todo o tipo de lotarias, Euromilhões, Placard e ainda as chamadas telefónicas para programas de televisão. O investimento parece baixo, no entanto, se for recorrente, é provável que esteja simplesmente a deitar dinheiro fora. Se realmente precisa de poupar, talvez seja melhor evitar este tipo de jogos.

4. Utilizar aplicações pagas

Vivemos na era do mobile, temos o mundo nas nossas mãos e adoramos ter uma aplicação para tudo. Este é um negócio como qualquer outro e, portanto, há muitas apps que são pagas ou que exigem uma subscrição. Excetuando situações profissionais em que realmente necessita de determinadas apps, estar constantemente a adquirir aplicações novas poderá ter um peso significativo no final do mês. Por isso, antes de comprar, pense na utilização que lhe irá dar e tente perceber se não existe uma opção gratuita - talvez com publicidade - e que faça as mesmas coisas.

5. Ter muitos serviços de assinatura

Quem fala em aplicações, fala em serviços de assinatura. Estão cada vez mais na moda plataformas de streaming, quer de filmes e séries, como também de música. É verdade que estes serviços acabam por ser mais económicos do que idas semanais ao cinema. Porém, com a oferta a crescer, a tendência de muitas pessoas é de subscrever mais do que um, para ter acesso a todos os conteúdos do momento. Se realmente pretender ter um serviço deste género procure dividir a fatura com amigos ou familiares, já que praticamente todas as plataformas o permitem ou fique apenas pela subscrição de um.

6. Viajar em transportes privados

Por transportes privados referimo-nos a tudo o que não inclui a oferta pública, ou seja, táxis e outras plataformas de mobilidade paga. Fazer viagens diárias neste tipo de transportes é bastante dispendioso mesmo com promoções esporádicas a que possa ter acesso.

Avalie as deslocações que precisa de fazer e perceba se não existe uma opção mais em conta nos serviços de transporte público ou, então, se pode fazer esse trajeto a pé. Uma caminhada matinal para o trabalho ajuda-o a poupar dinheiro, é bom para o ambiente e ainda trará muitos benefícios para a sua saúde.

7. Ter vários cartões de crédito

Não há mal nenhum em ter cartões de crédito. Aliás, há determinadas alturas em que estes são mesmo necessários, como é o caso de o aluguer de um carro, por exemplo. Porém, ter vários cartões de crédito é meio caminho andado para ter dificuldades em regularizar as suas dividas e manter organizado o seu orçamento familiar.

Em primeiro lugar, lembre-se que, regra geral, os cartões de crédito têm anuidades e outros custos envolvidos. Em segundo lugar, mesmo que a opção de pagamento seja a 100%, uma compra a crédito não é imediatamente debitada. Há um dia específico em que esse valor cairá na conta e com a correria do dia a dia, não é fácil memorizar todas as datas. Com um cartão de crédito já é complicado, imagine com vários. Pode acabar por perder a noção de quanto já gastou em cada cartão e quando é que esse total lhe será debitado.

Estes são apenas alguns dos hábitos que muitos portugueses possuem e que constituem verdadeiros inimigos da sua carteira. Como vê são coisas simples, e em muitos casos despesas relativamente pequenas, mas que ao final de um ano podem conferir-lhe alguma folga financeira. Independentemente do valor, o mais importante é adquirir o hábito de poupar, porque esse sim, vai ser benéfico para a sua carteira.