É importante recordar para que serve um PPR. Acima referimos que estes são populares não pelos melhores motivos, exatamente porque muitas pessoas pensam que o PPR serve apenas para obtermos uma dedução fiscal no nosso IRS. Se servem para isso, servem também para aplicar o nosso dinheiro com um horizonte temporal mais alargado, idealmente para a reforma.

E será que precisamos de poupar para a reforma?

Claro que sim. Já viu o atual Estado da Segurança Social? Já viu que a resposta à pandemia já está a causar e irá causar uma pressão gigantesca no orçamento da Segurança Social? Na prática, a resposta à pandemia, que irá ser longa, implica a queda das contribuições (pelo aumento do desemprego) e o aumento dos benefícios (subsídios de desemprego, subsídios de assistência à família, baixas profissionais). Se a isto associarmos o continuado aumento da idade média da nossa população, percebemos que mais tarde ou mais cedo a retórica política vai ceder à realidade. Por outras palavras, iremos ter de assumir a responsabilidade pela nossa poupança para a reforma. Não há como contornar. Bem, até há. O Estado pode aumentar a dotação da Segurança Social no Orçamento de Estado mas alguém terá de pagar esta despesa e estamos já habituados a receber com uma mão o que nos é tirado da outra.

Vamos ter de poupar para a reforma

Como referido, vamos ser chamados a assumir parte da responsabilidade na poupança para a reforma. E isto é bom, pois seremos nós a recolher os benefícios do nosso esforço de poupança. Ou seja, vamos aplicar o dinheiro, que será aplicado numa conta com o nosso nome, com o retorno que reverte a nosso favor. Com isto temos de procurar garantir que aplicamos bem o dinheiro mas o nosso esforço é recompensado.

Porque é que os PPR podem ser bons produtos para si?

Os PPR são aplicações financeiras concebidas para o aforro de longo prazo. Por outras palavras, dispõem de um enquadramento legal e fiscal que o tornam num investimento potencialmente mais vantajoso do que outras aplicações (estas vantagens acabam por ser exploradas por algumas sociedades gestoras para cortar nas taxas de retorno e aumentar as comissões, mas já falaremos sobre isso). Destacamos algumas características:

  • Património autónomo, que está em nosso nome e que não se confunde com o património da sociedade gestora. Por outras palavras, se a sociedade gestora fechar portas não fica com o nosso dinheiro;
  • Possibilidade de entregas periódicas de montantes baixos;
  • Simplicidade;
  • Diversificação de riscos;
  • Fiscalidade, seja pelos benefícios à entrada (dedução em sede de IRS) como tributação de lucros mais favorável.

O facto de o critério de subscrição de PPR estar associado às deduções em sede de IRS tornou os clientes menos criteriosos na escolha do PPR. Assim, para ter uma melhor experiência tenha em atenção as comissões de subscrição e as taxas de retorno. Se optou por um produto de capital garantido na generalidade dos bancos, irá perceber que a taxa de retorno é muito próxima de zero. Procure alternativas e tire as suas dúvidas para obter maiores níveis de retorno.

A resposta à pergunta é positiva. Sim, deveremos subscrever um PPR ou reforçar as nossas entregas para poupanças para a reforma. No entanto, deverá ter de escolher um novo PPR, isto se quiser otimizar a utilização que faz ao seu dinheiro.