Porquê o final do ano?

É interessante mas tipicamente no final do ano tendemos a pensar mais nestes temas. E não é por acaso. Historicamente, a banca fez um esforço bastante grande na promoção dos PPR no final do ano para o aproveitamento de benefícios fiscais interessantes. Com o tempo, passou-se a ideia de que os benefícios fiscais foram eliminados, o que não é correto (pelo menos em parte). Mas porquê pensar neste tema apenas no final do ano? Será que o benefício fiscal é o único critério para pouparmos para a reforma?

Vale sempre a pena poupar

Uma ideia de base é que poupar vale sempre a pena, seja através de PPR, de depósitos a prazo ou de outro tipo de produtos de investimento. Não que o objetivo seja acumular o dinheiro numa conta bancária para, depois, termos prazer em vermos o quanto ricos e afortunados somos. Não. A poupança é vantajosa porque nos permite fazer face a despesas essenciais no futuro. Ou seja, passamos o consumo de hoje para daqui a uns meses, altura em que precisaremos do dinheiro. Logo, com ou sem benefício fiscal e com maior ou menor nível de retorno, a poupança é sempre algo positivo.

Conheça os benefícios fiscais associados aos PPR

Os benefícios fiscais associados aos PPR podem ser de três tipos:

1. Benefício à entrada: Poderá comunicar às finanças que fez a subscrição de um PPR e com isso obter um benefício fiscal na altura da declaração de IRS, que será uma percentagem das entregas que realizou. Esta percentagem será tanto maior quanto menor for o seu rendimento anual, pois constitui-se como uma dedução à coleta com os limites legais das demais deduções.

2. Tributação dos lucros: Os PPR investem em aplicações financeiras de diversos tipos e é importante considerar que este fundo de investimento não paga impostos sobre os lucros. Ou seja, pode comprar e vender ações e não liquidar qualquer imposto, ficando todo o dinheiro para ser investido até ao resgate.

3. Benefícios à saída: Um grande benefício destas aplicações financeiras consiste na tributação dos lucros. Só terá de pagar um imposto quando resgatar o capital, só pagando esse imposto sobre o montante que resgatou (pode manter grande parte do capital investido e não paga imposto sobre essa parte). E a taxa de imposto é muito inferior à taxa de imposto de aplicações alternativas (no limite, só pagará 8% de imposto sobre os lucros). Esta diferença quando se verifica num horizonte temporal alargado e num PPR com bastante rendimento é muito expressiva.

Perceba as diferenças entre PPR

Quando falamos de investimentos falamos sempre da necessidade de conhecer os vários produtos e aplicações financeiras onde colocamos o dinheiro que poupamos com tanto sacrifício todos os meses. Tendo em conta o referido anteriormente, é necessário que conheça as diferenças entre os vários PPR, nomeadamente no que toca à garantia de capital e à forma de valorização. Há produtos com capital e taxa de retorno garantida (muito baixa) e outros sem garantia de capital mas com espaço para valorizações mais expressivas do capital (sim, têm mais risco).

Em suma. É sempre bom poupar dinheiro e será cada vez mais importante poupar para a reforma. Logo, sugerimos que conheça as diferentes alternativas que existem e que, se possível, comece antes mesmo do final do ano para captar alguns dos benefícios fiscais que tem ao seu dispor.