Em comunicado, a Zero diz que verificou que não estão a ser cumpridas as regras para a colocação de amianto em aterros para resíduos não perigosos.

E explica que de acordo com a lei a colocação de amianto em aterros para resíduos não perigosos só pode ser feita em células para aterros que não recebam resíduos biodegradáveis (orgânicos).

“O facto é que está a ser permitida a mistura de amianto e de resíduos orgânicos nas mesmas células desta classe de aterros”, afiança a associação ambientalista.

A mistura dos dois resíduos é proibida “porque os resíduos biodegradáveis geram subprodutos que podem ajudar à libertação de amianto, com risco para a saúde e o ambiente”, explica-se no comunicado.

A Zero diz que pediu explicações na semana passada à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), do Ministério do Ambiente e da Transição Energética, mas que até agora não recebeu qualquer resposta.

Os serviços do Ministério, “apesar de terem conhecimento desta situação, têm, ao longo dos últimos 10 anos, permitido que muitos dos aterros para resíduos não perigosos continuem a praticar esta ilegalidade”.

A associação lembra que em Portugal, excluindo as ilhas, existe uma dezena de aterros para resíduos não perigosos e diz ser “crível” que na maioria esteja a acontecer a prática ilegal.

O amianto é um material cancerígeno que no passado foi muito utilizado na construção, nomeadamente de edifícios públicos. Escolas e hospitais, entre outras estruturas, têm vindo a retirá-lo.