“Todos nós sabemos já há muito tempo que, para as emissões de 2017, Portugal teve um ano mau”, disse João Pedro Matos Fernandes num encontro com os jornalistas portugueses à margem de uma reunião da Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP25).

O responsável governamental explicou que esse “foi o ano dos incêndios, mas, sobretudo, foi o ano da seca”, porque os incêndios são um “fenómeno invulgar” que não são contabilizados como todas as outras emissões.

O ‘índice de desempenho das alterações climáticas’ (CCPI) publicado pela Germanwatch, o Instituto NewClimate, e a Climate Action Network International é publicado anualmente e avalia a execução na proteção ambiental em 56 países e a União Europeia, responsáveis por mais de 90% das emissões de gazes de efeito de estufa.

Segundo o relatório para 2020, desse índice Portugal está em 25.º lugar, tendo caído oito posições em relação ao anterior, e baixa do grupo de países com uma “posição alta” para o de “desempenho médio”.

“O desempenho do país diminuiu em quase todas as categorias, com exceção da Política Climática, onde o país continua a ser classificado como alto”, conclui o relatório, que reconhece que, “em 2017, o país foi atingido por graves incêndios florestais e, como resultado de sucessivos anos de secas, as centrais hidroelétricas estão a ficar sem água, levando a um aumento na utilização de centrais que funcionam com combustíveis fósseis”.

“Tenho a certeza absoluta de que no próximo ano os dados vão ser muito diferentes”, garantiu Matos Fernandes, acrescentando que o país vai “voltar a ter o lugar destacado” que tinha até agora.