A investigação foi realizada no seguimento de um estudo anterior, também da Universidade de Oxford, que defende que uma alimentação vegana pode reduzir a pegada de carbono até 73%.

Este estudo, publicado na revista Science, concluiu que as emissões da indústria alimentar, se inalteradas, tornam impossível a limitação do aquecimento global nos 1.5ºC ou mesmo 2ºC. De acordo com os investigadores, tais objetivos não seriam cumpridos, nem com o fim de todas as emissões com origem em combustíveis fósseis.

A equipa de investigadores acredita que, não havendo uma alteração nos hábitos alimentares, a marca dos 1.5ºC será ultrapassada em apenas 30-45 anos. Sublinham, ainda, que a transição para as dietas de base vegetal beneficiaria não só o planeta, a qualidade da água e a biodiversidade, mas também a saúde humana – contribuindo para o combate de doenças crónicas.

São vários os estudos anteriores que alertam para o impacto das nossas escolhas alimentares, incluindo um aviso do ano anterior, apoiado por 11,000 cientistas. Um estudo de 2018 também já tinha confirmado que as dietas de base vegetal são importantes para o controlo das alterações climáticas.

No entanto, a transição poderá ser complicada visto que requer a coordenação entre diversos sectores e o governo.

“O debate sobre a mitigação das alterações climáticas tende a focar-se na redução das emissões de gases de efeito de estufa pela indústria fóssil, por exemplo, a nível do transporte e da produção de energia. Contudo, a nossa investigação salienta a importância da redução de emissões a nível do sistema alimentar global. O mais importante é que exista uma transição individual para uma dieta predominantemente de base vegetal.”, disse Dr. Michael Clark, professor da Universidade de Oxford e membro da Nuffield Department of Population Health, em entrevista à Plant Based News.

Artigo em parceria com a Associação Vegetariana Portuguesa