A jornalista Sarah Frier promete mostrar no seu livro "No Filter: The Inside Story of Instagram" uma visão reveladora dos bastidores de como o Instagram se tornou sensação enquanto membro da família de serviços online do Facebook.

Qual foi a visão por trás do Instagram?

Kevin Systrom e Mike Krieger queriam uma maneira rápida de partilhar fotos numa época em que as pessoas capturavam com as câmaras dos smartphones todo o tipo de momentos em fotos.

Quis também acrescentar toques artísticos, dando origem a "filtros" que tinham efeitos para transformar momentos de vida em memórias nostálgicas.

Os fundadores do Instagram também queriam construir uma comunidade, convidando apenas um grupo seleto de pessoas para se juntar inicialmente, como artistas ou músicos com muitos seguidores online. Todos estavam apenas a explorar e a tentar dar a conhecer a outras pessoas um pouco da sua vida.

Os fundadores tinham uma visão muito clara de como queriam que o Instagram fosse e qual o seu aspeto. E a rede do Facebook era praticamente o oposto dessa visão.

Enquanto o Instagram preferia pensar em arte e criatividade, o Facebook preferia pensar em métricas de engajamento e tempo gasto na aplicação.

Porquê vender ao Facebook?

Quando o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, voltou a sua atenção para o Instagram, existiam apenas 13 funcionários a trabalhar duramente para o manter em funcionamento.

Cada vez que Justin Bieber fazia um post no Instagram, o tráfego fazia a aplicação ter problemas.

Zuckerberg entendeu que não só teria que fazer uma oferta em dinheiro que eles não pudessem recusar, mas também com a promessa de que o Instagram permaneceria independente da sua rede social.

A tentação do Instagram, além de dinheiro, era poder explorar o talento e os recursos no Facebook.

Os utilizadores do Instagram já tinham a opção de partilhar fotos no Facebook. Havia uma sensação de que seria mais fácil trabalhar com o Facebook em vez de trabalhar contra ele.

Enquanto isso, o Facebook estava ansioso para acompanhar a tendência de as pessoas se conectarem à Internet utilizando smartphones em vez de computadores ou laptops.

Ter o Facebook ao seu lado também daria ao Instagram um poderoso aliado num mundo de dispositivos móveis dominado pelos sistemas operacionais Apple e Google.

A união foi harmoniosa?

Houve tensão com a chegada do Instagram ao Facebook. Principalmente porque o Facebook ainda considerava o Instagram um concorrente.

Logo no início, o Instagram foi informado durante uma reunião que não "nós não podemos deixar-vos crescer até que descubramos se o Instagram é a razão pela qual as pessoas não partilham com tanta frequência no Facebook".

Por fim, o Instagram pode crescer ao seu próprio ritmo, despertando pouca atenção do Facebook.

A aplicação de fotos começou a perceber que os utilizadores sentiam uma pressão imensa para postar imagens com tudo perfeito, elegante e com curadoria.

Na verdade, isso revelou-se mau para os negócios. Então, o Instagram introduziu o 'stories', copiando um recurso do Snapchat, que apresentava coleções de imagens capturadas ao longo do tempo que desapareciam pouco tempo depois.

O crescimento do Instagram começou a disparar em 2016, enquanto o Facebook estava sob críticas por preocupações sobre desinformação, manipulação de eleições, privacidade e polarização da sociedade.

Zuckerberg começou a questionar-se se o Instagram era uma ameaça competitiva, restringindo recursos para garantir que só crescesse com a aprovação do Facebook. Com a perda de independência do Instagram, os seus fundadores afastaram-se.

O Instagram será mais parecido com o Facebook na próxima década, estando a trabalhar para recomendar conteúdo com base em interesses ao invés de apresentar aos utilizadores novas comunidades, interesses e criadores.