O planeta tem excesso de plástico. O efeito devastador dos resíduos de plástico de uso único nos oceanos é conhecido. No entanto, há nesta crise um fator humano que raramente é falado. Mais de 3 mil milhões de pessoas no mundo – quase metade da população do planeta – vivem sem acesso a uma recolha organizada de resíduos, o que origina uma economia paralela de recolha de lixo.

Algumas das pessoas mais marginalizadas do mundo apanham lixo para depois tentar vendê-lo para ganhar a vida. Só na Índia existem 1,5 milhões de recolhedores de lixo, muitos deles mulheres, que apanham 6 mil toneladas de plástico todos os dias, que, se não fosse apanhado, acabaria por poluir rios e oceanos.

A The Body Shop, que conta com mais de três décadas de experiência de apoio a pessoas marginalizadas, usa agora essa experiência para ajudar a resolver a crise do plástico. Em parceria com a Plastics For Change, lançou o seu primeiro projeto de Comércio com Comunidades de Plástico Reciclado: um programa de comércio justo verificado por entidades independentes.

O plástico é o inimigo número um dos oceanos mas a sua reciclagem pode ajudar a transformar vidas

Com o compromisso de enfrentar a crise do plástico de forma diferente, a empresa começou a usar plástico reciclado do Comércio com Comunidades nas suas garrafas de 250 ml de champôs e condicionadores. O primeiro produto será um dos “best-sellers”: o champô de Karité. No futuro, as garrafas serão feitas com 100% de plástico reciclado, excluindo as tampas.

Durante o ano de 2019, a marca comprará 250 toneladas de plástico reciclado proveniente de Comércio com Comunidades, para usar em quase três milhões de garrafas dos seus produtos. Esta fase marca o início de uma ambição maior, que é a de introduzir o Comércio com Comunidades de Plástico Reciclado em todo o plástico PET (politereftalato de etileno) usado nos próximos três anos.

Ao longo deste período que se avizinha vai registar-se um aumento na compra de plástico reciclado proveniente do Comércio com Comunidades para mais de 900 toneladas, ajudando a empoderar até 2500 recolhedores de Bangalore, que receberão um preço justo e estável pelo seu trabalho e acesso a melhores condições de trabalho. Receberão também apoio no acesso à educação, saúde e serviços financeiros, para além do respeito e o reconhecimento que merecem na sociedade.

Para marcar este lançamento, a empresa revelou uma obra de arte gigante, do artista Michel Murphy representando uma recolhedora de lixo indiana. Feita com plástico reciclado proveniente de recolhedores de lixo de Bangalore.