Agir recorreu ao Instagram para deixar uma "pequena reflexão", após "ver e receber vídeos e mensagens que o deixaram triste, revoltado e pouco esperançoso".

Uma das imagens que destacou foi o vídeo que já tinha partilhado na rede social "dos agentes da PSP a abordarem um casal, supostamente, homossexual, de duas mulheres".

"Alegadamente - também não sei a história de uma maneira super rigorosa, mas pelo que soube - estava um casal de duas mulheres num jardim e várias pessoas apresentaram queixa por acharem que o que estavam a fazer era um atentado ao pudor e porque estavam várias crianças à volta", explicou.

"Obviamente que quando a polícia recebe várias queixas tem que, no mínimo, ir perceber o que se passa, nem sequer estou a julgar a polícia porque também não consigo ouvir no vídeo a conversa que eles tiveram. E, obviamente, se é verdade que receberam várias queixas, mesmo que não dê em nada, têm que ir lá falar com as pessoas e perceber. Até acredito que estejam a fazer simplesmente o seu trabalho, mas é triste perceber que há pessoas que sentem que devem chamar a polícia porque vêem um casal de duas mulheres num jardim", realçou.

Mas não ficou por aqui e falou ainda da publicação do ator Manuel Moreira, onde revelava que tinha sido vítima de ataques homofóbicos.

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Além disso, destacou também outro vídeo que está a circular na Internet "de um miúdo que é atropelado a fugir de outras miúdas que lhes estão a fazer bullying", no Seixal.

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"Estes casos vão acontecendo e já não são tão pontuais quanto isso. E fazem-me questionar onde é que está a empatia, o respeito que devemos ter uns pelos outros", desabafou.

Agir contou que ao partilhar tais acontecimentos fez com que recebesse, além de várias mensagens de apoio, comentários "de pessoas a dizer que homossexuais são doentes, e que se estivesse no jardim faziam muito pior do que chamar a polícia".

"O mais engraçado é que a maioria das pessoas que mandam estas mensagens têm menos de 20 anos. Já não são velhos que foram educados de uma maneira e que são de outro tempo... São pessoas deste séculos, novas, e que parece que foram educadas há dois séculos. É muito triste e isto parte da educação, daquilo que estes miúdos vêem em casa. E fico muito confuso quando alguém não quer que existam aulas de Cidadania onde se poderia falar, não só, mas também destes assuntos e começar a pouco e pouco que mais miúdos cresçam com estas ideias errada", acrescentou.

Uma mensagem onde "apela ao bom senso, que falemos todos mais uns com os outros, que sejamos mais empáticos, que pensemos mais nos outros e que nos respeitemos".

Veja abaixo o vídeo completo:

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