O ato solene, em escala reduzida devido à pandemia de covid-19, não teve sermão ou discursos de familiares ou amigos, tendo apenas usado da palavra o deão de Windsor e o arcebispo de Cantuária, numa intervenção com detalhes curiosos da vida do príncipe Filipe.

Entre os toques personalizados deste acontecimento fúnebre, em que se destacava a forte presença das Forças Armadas britânicas, viam-se no altar nove almofadas com as insígnias do defunto.

Entre as insígnias, medalhas e condecorações que lhe foram atribuídas pelo Reino Unido e países da Comunidade Britânica de Nações (Commonwealth), estavam a da Real Força Aérea, da qual era marechal, e as das casas reais da Dinamarca e da Grécia, respetivamente, a Ordem do Elefante e a Ordem do Redentor, numa referência às suas origens.

Filipe, nascido na ilha grega de Corfu, em junho de 1921, era príncipe da Grécia e da Dinamarca.

A Rainha Isabel II, que completa 95 anos no próximo dia 21, sentou-se isolada na capela, vestida de preto, com chapéu, e a respetiva máscara, devido ao surto pandémico.

Os convidados, nomeadamente os quatro filhos do casal, romperam com a tradição que normalmente exige o uso de uniforme militar nos funerais reais.

Uma medida adotada pela monarca para evitar, aparentemente, que seu neto Harry, 36 anos, fosse excluído dessa etiqueta protocolar. O filho mais novo de príncipe Carlos e de Lady Diana (1961-1997), atual Duque de Sussex, perdeu os títulos militares o ano passado quando se afastou da família real, optando por uma vida independente e fora do Reino Unido, com a mulher, Meghan.

Os homens vestiram casaca preta, ostentando as respetivas medalhas e insígnias, enquanto as mulheres usaram roupa de cerimónia preta e chapéu.

Na cerimónia, com leituras bíblicas e canções religiosas, o duque foi descrito como um "homem gentil, com senso de humor e humano", pelo deão de Windsor, David Conner, o único que falou além do arcebispo de Cantuária, Justin Welby.

"Fomos inspirados pela sua lealdade inabalável à nossa Rainha, o seu serviço à nação e à Commonwealth, a sua coragem, força e fé. As nossas vidas foram enriquecidas pelos desafios que nos apresentou, a coragem que nos deu, a sua bondade, humor e humanidade", disse Conner numa rara referência pessoal no funeral do príncipe, como era seu desejo

O cortejo fúnebre que precedeu o serviço religioso teve a "assinatura" inconfundível do duque, tendo a sua forte ligação à instituição militar ficado evidente desde o início do cortejo.

Antes do início do cortejo, os guardas a cavalo e os guardas a pé assumiram as suas posições num canteiro de flores no Castelo de Windsor e foi o Grupo dos Granadeiros Reais, do qual o príncipe foi coronel durante 42 anos, o encarregado de liderar o cortejo, seguido pelos comandantes seniores do Exército.

O duque teve uma carreira distinta na Armada britânica e, apesar de ter deixado o serviço ativo em 1951, permaneceu muito ligado à vida militar durante sua vida pública, como consorte da rainha.

Outro dos seus desejos foi a utilização de um veículo híbrido Land Rover que transportou o caixão do castelo para a capela, um projeto desenvolvido ao longo de quase 20 anos pelo próprio Duque em conjunto com o construtor automóvel.

O carro foi flanqueado por representantes dos diferentes regimentos militares e seguido pelos seus quatro filhos, o príncipe de Gales, Carlos, herdeiro da coroa, a princesa real Ana, o príncipe André, duque de Iorque e o príncipe Eduardo, conde Wessex.

Os restos mortais do duque de Edimburgo serão inicialmente depositados no panteão real na Capela de São Jorge.

Está previsto que quando a rainha morrer o caixão seja trasladado para a Capela Memorial Rei Jorge VI, junto ao corredor norte da Capela de São Jorge, em Windsor, ficando assim o casal sepultado no mesmo local.

O príncipe Filipe morreu no passado dia 09 de abril, em Windsor, aos 99 anos. O príncipe estava casado com Isabel II desde novembro de 1947 e afastou-se da vida pública em 2017.

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