“O que esperamos é que os professores possam dar hoje um passo importante também para que as escolas não voltem a encerrar e o ensino não volte a ser à distância”, disse Mário Nogueira, que falava aos jornalistas em Coimbra, onde acompanhava o início da vacinação dos docentes e funcionários do pré-escolar e primeiro ciclo do ensino básico.

O secretário-geral da Fenprof realçou que é fundamental garantir que os alunos possam “recuperar das quebras de aprendizagem que tiveram” durante o ensino à distância.

Mário Nogueira referiu que não tem conhecimento de professores que se tenham recusado a receber a vacina contra a covid-19, mas soube de docentes que não foram chamados para a vacinação, quando constavam das listas.

“É um processo que vai desenrolar-se ao longo de quatro semanas. O balanço do que se pode fazer, se correu tudo bem ou não, é no final dessas quatro semanas”, acrescentou.

Em declarações aos jornalistas, o dirigente sindical realçou que o Ministério da Educação não acompanhou as posições da Fenprof relativamente à vacinação dos profissionais das escolas, tendo sido o Ministério da Saúde a decidir “integrar estes trabalhadores na fase 1″ de vacinação.

Mário Nogueira defendeu ainda que os professores do 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário deveriam começar a ser testados antes das aulas começarem.

Junto ao centro de vacinação de Coimbra, no Pavilhão Mário Mexia, a Fenprof esteve também a distribuir um panfleto e a recordar “que os problemas que os professores vivem hoje estão longe de se esgotarem nos problemas da covid-19″, disse.

“Há muitos problemas dos professores a que o Ministério da Educação não está a dar nenhuma resposta”, notou.

A vacinação dos professores e trabalhadores não docentes do pré-escolar e 1.º ciclo contra a covid-19 arranca hoje em todo o país, num processo que vai envolver quase 80 mil profissionais da educação.

De acordo com o planeamento da ‘task-force’ que coordena a vacinação a nível nacional, os profissionais dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário começam a ser vacinados no fim de semana de 10 e 11 de abril, podendo o processo ser prolongado por mais fins de semana caso haja necessidade.

A ’task force’ prevê vacinar cerca de 280 mil professores e pessoal não docente desde creches até ao ensino secundário.

A 10 de março, a Direção-Geral da Saúde incluiu nos grupos prioritários da fase 1 para a vacina contra a covid-19 os professores e o pessoal não docente, do setor público e privado.