“Estive um bocadinho na fila, mas atenderam-me logo. Tive que preencher um inquérito, que entreguei, e depois não tive que esperar praticamente tempo nenhum. Foi um processo muito rápido, com tudo muito estruturado e sinalizado e com muitas pessoas a orientar”, contou à agência Lusa Fátima, professora de 56 anos de Coimbra, depois de sair do centro de vacinação instalado no Pavilhão Mário Mexia, no centro da cidade.

Depois de ter tido na sua escola alguns casos de covid-19, com “várias turmas que tiveram que ir para isolamento profilático, assim como professores”, o arranque da vacinação de docentes e funcionários do pré-escolar e 1.º ciclo “dá mais segurança”.

No entanto, para a professora, o mais importante é garantir que a vacinação permita não se voltar ao ensino à distância.

“É muito importante o regresso para o desenvolvimento das aprendizagens dos alunos e até para o seu bem-estar e também para os professores, que à distância não é fácil”, frisou.

Já Luísa Correia, funcionária na Escola Quinta das Flores, em Coimbra, esperava para entrar e admitia que estava “um bocadito ansiosa”.

“Mas vai correr tudo bem”, vincou a trabalhadora de 63 anos.

Também a funcionária no colégio St. Paul’s School Verónica Godinho, constatava alguma “insegurança, devido à polémica que houve com as reações [da vacina da AstraZeneca] em algumas pessoas”.

“Mas temos que acreditar, que outras vacinas também podem ter reações em certas pessoas. Estou em crer que vai correr tudo bem e temos que ter confiança nas pessoas que estão a tratar da vacinação”, salientou.

A professora Teresa Costa, de 47 anos, frisava que se sentia “calma” antes de receber a vacina, realçando que no seu caso, com uma turma com poucos alunos, sempre se sentiu segura na escola.

“Mas a vacina dá-nos outra segurança”, acrescentou.

O diretor do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Baixo Mondego, José Biscaia, afirmou à agência Lusa que o processo de vacinação está a decorrer “com normalidade”, depois de “seis semanas de treino”.

O centro de vacinação instalado no Pavilhão Mário Mexia deverá vacinar hoje 720 pessoas, a uma média de 150 vacinas por hora, informou.

A vacinação dos professores e trabalhadores não docentes do pré-escolar e 1.º ciclo contra a covid-19 arranca hoje em todo o país, num processo que vai envolver quase 80 mil profissionais da educação.

De acordo com o planeamento da ‘task-force’ que coordena a vacinação em Portugal, os profissionais dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário começam a ser vacinados no fim de semana de 10 e 11 de abril, podendo o processo ser prolongado por mais fins de semana caso haja necessidade.

No total, a ’task force’ prevê vacinar cerca de 280 mil professores e pessoal não docente desde creches até ao ensino secundário.

A 10 de março, a Direção-Geral da Saúde incluiu nos grupos prioritários da fase 1 para a vacina contra a covid-19 os professores e o pessoal não docente, do setor público e privado.