"Vivienne Westwood morreu hoje em paz e acompanhada pela sua família em Clapham, no sul de Londres. O mundo precisa de pessoas como Vivienne para mudar para melhor", afirmaram os familiares numa mensagem publicada na conta de Twitter da estilista.

O seu marido, Andreas Kronthaler, garantiu que "estávamos a trabalhar até ao fim e que isso me deu muitíssimas coisas para seguir em frente. Muito obrigado, querida", segundo um comunicado citado pela agência PA.

Westwood destacou-se principalmente pelo seu estilo de moda "punk", provocador e rebelde.

Conseguiu sobressair nas passerelles desde a década de 1970, quando o design de moda era uma disciplina artística praticamente monopolizada pelos homens.

"O seu estilo punk mudou as regras da moda nos anos 1970 e ela foi muito admirada pela sua coerência com seus valores ao longo de sua vida", disse a secretária de Estado para a Cultura britânica, Michelle Donellan, numa mensagem publicada também no Twitter após o anúncio da sua morte.

Além dos seus desenhos, Westwood ficou conhecida pelos seus comportamentos provocadores.

Em 1992, foi sem cuecas ao Palácio de Buckingham para receber o título da Ordem do Império Britânico das mãos da própria rainha Isabel II e posou para os fotógrafos com a saia levantada.

Nos últimos anos, devido ao seu compromisso com o meio ambiente, incentivou as pessoas a comprarem menos roupa.

Além disso, apoiou a causa do australiano Julian Assange, fundador da polémica rede WikiLeaks, e em diversas ocasiões opôs-se à sua possível extradição para os Estados Unidos.

Assange está preso em Londres desde 2019, aguardando o processamento do pedido de extradição para os Estados Unidos, que o acusa de ter divulgado segredos militares americanos em 2010 sobre a guerra no Iraque e no Afeganistão. Se for condenado nesse país, este pode passar anos na prisão.