“Não pode o SNS ser apenas um serviço do continente. Isso não é nacional e eu acredito muito fortemente, sob ponto vista da cidadania, no bom funcionamento do SNS”, afirmou José Manuel Bolieiro, numa intervenção na conferência “Cuidados de Saúde Primários — Os Novos Desafios Pós-Pandemia”, organizada pela Unidade de Saúde da ilha de São Miguel (USISM) e que decorreu no Nonagon – Parque de Ciência e Tecnologia da Lagoa.

José Manuel Bolieiro salientou ainda que o atual Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) tem como “profunda convicção não aceitar” que o SNS seja “apenas do continente” português.

“Isto é inaceitável e deve, por todos e com todos, ser denunciado onde efetivamente há este voltar de costas [entre os sistemas nacional e regional]”, afirmou.

O chefe do executivo lembrou que a prestação dos cuidados de saúde é uma “responsabilidade em primeiro lugar do Estado”, com a “parceria das regiões autónomas”.

“Parece que o SNS é apenas do continente e não conjuga, nem se corresponsabiliza, com os serviços regionais de saúde das regiões autónomas”, reforçou.

O social-democrata realçou também que a região tem carência de profissionais de saúde, lembrando que muitos emigraram para o estrangeiro pela “falha na dignificação da carreira”.

“Nós temos necessidade de um reforço de profissionais de saúde por via académica. Tem de haver menos constrangimentos, perante uma evidente necessidade de mais profissionais, de origem nacional […]. Se o contributo da nossa Universidade dos Açores puder ser útil, pois que o seja”, apontou.

José Manuel Bolieiro afirmou ainda que o Governo Regional vai “apostar toda a possibilidade orçamental no investimento” em políticas de saúde e realçou que não tem qualquer “bloqueio ideológico” quanto a parcerias com a “oferta privada ou cooperativa” na área da saúde.

“Entendemos que a política das convenções fortalece a responsabilidade pública de oferecer à sociedade cuidados de saúde”, concluiu.

A conferência foi realizada no âmbito do décimo aniversário da USISM.