“Ainda não há um certificado internacional aprovado pela OMS [Organização Mundial de Sáude], mas os nossos cartões de vacina com as duas doses são suficientes para usar em qualquer parte, não há restrições”, disse Furtado, também coordenador da comissão multissetorial de prevenção e combate à covid-19, após uma reunião em Luanda.

O ministro comentava assim informações que circularam nas redes sociais dando conta de cidadãos angolanos cujos certificados digitais teriam sido rejeitados em Portugal, sublinhando que não são verdadeiras.

“As vacinas são válidas, os certificados são válidos, as vacinas que estamos a tomar são as vacinas que se estão a tomar na Europa também. Até a Sputnik tomaram também na Europa”, declarou Furtado, reconhecendo, no entanto, que “há um problema com a certificação” da vacina russa, a nível internacional, que as autoridades angolanas estão a tentar ultrapassar.

O responsável afirmou que o Governo angolano contactou a embaixada em Portugal para se inteirar da situação, tendo sido transmitida a informação de que o único caso em que houve uma reclamação não se deveu à falta de certificado e sim à ausência de teste pré-embarque, que é também obrigatório.

“Nós também estamos a ter a mesma exigência e é isso que se terá passado em Portugal, não há nada de alarmismo, porque, em milhares, uma única pessoa não representa o sentido do pensamento global” sobre esta matéria, sublinhou.

Os certificados digitais emitidos por Angola “têm validade em qualquer parte do mundo” seja em Portugal ou em qualquer outro país, garantiu Francisco Furtado, defendendo a aprovação de um certificado internacional para acabar com estas dúvidas.

A diretora nacional de Saúde Pública, Helga Freitas, revelou que Angola já fez a transcrição de 1.361 certificados de vacinação digitais contra a covid-19 emitidos por outros países, incluindo 325 de Portugal.

A covid-19 provocou pelo menos 5.233.111 mortes em todo o mundo, entre mais de 263,61 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.492 pessoas e foram contabilizados 1.157.352 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

Uma nova variante, a Ómicron, classificada como “preocupante” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em 24 de novembro, foram notificadas infeções em cerca de 30 países de todos os continentes, incluindo Portugal.