“Por muito que gostássemos que fosse assim, a pandemia não acabou, está em curso a diferentes velocidades em diferentes partes do globo, mas não terminou. As medidas de proteção genéricas que estão em vigor desde inicio da pandemia devem ser seguidas de forma voluntária e com autoresponsabilização de todos”, afirmou à Lusa Graça Freitas, apontando o uso de máscara e a ventilação dos espaços.

“Recomendamos no interior o uso de máscara, [porque] é um método barreira (…), assim como o arejamento das instalações”, exemplificou, acrescentando: “como abrirmos a sociedade promovemos mais contactos entre as pessoas e, portanto, há que ter cautelas e a principal é continuar a vacinação”.

Sobre o alerta da Organização Mundial de Saúde, que na quinta-feira se mostrou preocupada com o acelerar do aumento de novos casos sobretudo na Europa, Graça Freitas apontou os três cenários em cima dos quais as autoridades nacionais trabalham:

“O primeiro é aquele em que a vacina se manteria efetiva, por um período muito longo e tudo estaria estabilizado, o cenário dois é aquele em que sabemos que alguns perdem imunidade, com um aumento do número de casos sem repercussões na gravidade, é entre o um e o dois que Portugal está (…), e um terceiro cenário, mais grave, em que pode aparecer uma variante que consiga escapar ao sistema imunitário construído” quer com a vacina, quer com a infeção, explicou.

A responsável lembrou que “há muitos casos em todo o mundo e muito potencial para o vírus sofrer mutações e aparecerem outras variantes”, sublinhando: “é preciso estarmos atentos e fazer sempre tudo o que pudermos para controlar este vírus”.

“O que agora podemos fazer é ter bons sistemas de vigilância, os cidadãos usarem os métodos proteção e vacinar os elegíveis”, disse Graça Freitas, insistindo: “É preciso muita atenção. A pandemia não acabou e pode aparecer uma variante nova. Temos de estar preparados”.

Na quinta-feira, a OMS avisou que a situação da pandemia de covid-19 na Europa é "muito preocupante" e apontou a cobertura insuficiente de vacinas e o relaxamento de restrições para explicar o aumento de casos nas últimas semanas.

A covid-19 provocou pelo menos 5.020.845 mortes em todo o mundo, entre mais de 248,03 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.184 pessoas e foram contabilizados 1.094.048 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.