Portugal regista esta terça-feira mais 17.172 casos de COVID-19 - um novo máximo desde o início da pandemia - e 19 óbitos associados à doença, segundo o último relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado hoje.

Desde março de 2020, morreram 18.909 pessoas com esta patologia em território nacional e foram identificados 1.303.291 casos de infeção pelo vírus SARS-CoV-2.

De acordo com o último relatório oficial, registaram-se mais 8.226 casos de recuperação nas últimas 24 horas. Ao todo há agora 1.169.841 doentes recuperados da doença em Portugal.

A região de Lisboa e Vale do Tejo é a área do país com mais novas notificações, num total de 49,9% dos diagnósticos.

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O relatório da situação epidemiológica, com dados atualizados até às 24h00 de ontem, indica que a região de Lisboa e Vale do Tejo é a que regista o maior número de mortes acumuladas relacionadas com o vírus SARS-CoV-2 com 7.957 (+6), seguida do Norte com 5.764 óbitos (+4), Centro (3.352, +5) e Alentejo (1.086, =). Pelo menos 577 (+2) mortos foram registados no Algarve. Há 122 mortes (+2) contabilizadas na Madeira. Nos Açores registam-se 51 (=) óbitos associados à doença.

Internamentos sobem

Em todo o território nacional, há 936 doentes internados, mais 22 do que ontem, e 152 em unidades de cuidados intensivos (UCI), mais dois do que no dia anterior.

De acordo com o boletim da DGS sobre a situação epidemiológica, existem 114.541 casos ativos da infeção em Portugal — mais 8.927 do que ontem — e 134.645 pessoas em vigilância pelas autoridades — mais 6.976 do que no dia anterior.

Imagem do boletim da DGS
Imagem do boletim da DGS

A região de Lisboa e Vale do Tejo é a área do país com maior número de infeções acumuladas, com 504.726 (+8.576), seguida da região Norte (478.182 +5.046), da região Centro (186.169 +2.124), do Algarve (56.824, +417) e do Alentejo (46.275 +325). Nos Açores existem 11.435 casos contabilizados (+168) e na Madeira 19.680 (+516).

O que nos diz a matriz de risco?

Portugal apresenta uma incidência de 804,3 casos de infeção por SARS-CoV-2/COVID-19 por cada 100.000 habitantes e um índice médio de transmissibilidade R(t) nacional de 1,23. Com estes valores, o país mantém-se fora da zona de segurança da matriz de risco.

No território continental, o R(t) fixou-se nos 1,23. A DGS atualiza estes dados à segundas, quartas e sexta-feiras.

Imagem do boletim da DGS
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Faixas etárias mais afetadas

O maior número de óbitos concentra-se entre as pessoas com mais de 80 anos, com 12.273 (+8) registadas desde o início da pandemia, seguidas das que tinham entre 70 e 79 anos (4.089, + 4), entre 60 e 69 anos (1.740, +6) entre 50 e 59 anos (549, +1), 40 e 49 anos (191, =) e entre 30 e 39 anos (48, =). Há ainda 13 mortes (=) registadas entre os 20 e os 29 anos, duas (=) entre os 10 e os 19 anos e três (=) entre os 0 e os 9 anos.

Os dados indicam que, do total das vítimas mortais, 9.930 são do sexo masculino e 8.979 do feminino.

A faixa etária entre os 20 aos 29 anos é a que tem maior incidência de casos, contabilizando-se um total de 214.427 (+3.653) infeções, seguida da faixa etária dos 40 e os 49 anos, com 211.280 (+3.294), e da faixa etária dos 30 aos 39 anos, com 193.897 (+2.941). Logo depois, surge a faixa etária entre os 50 e os 59 anos, com 175.784 (+2538) reportadas. A faixa etária entre os 10 e os 19 anos tem 140.588 (1.880), entre os 60 e os 69 anos soma 119.619 (+1.305) e a dos 0-9 anos tem 90.972 (+840) infeções reportadas desde o início da pandemia. Por último, surge a faixa etária dos 80 ou mais anos, que totaliza 82.037 (+252) infeções e dos 70 aos 79 anos, com 74.687 (+469) casos.

Desde o início da pandemia, houve 610.010 homens infetados e 692.235 mulheres, sendo que se desconhece o género de 1.046 pessoas.

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Recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)

  • Caso apresente sintomas de doença respiratória, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra.

A COVID-19, causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, é uma infeção respiratória aguda que pode desencadear uma pneumonia.

A doença é transmitida por um novo vírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

OMS alerta para aumento de hospitalizações por causa da omicron

A rápida propagação da omicron causará "um grande número de hospitalizações" de pessoas com COVID-19, embora seja uma variante aparentemente um pouco menos perigosa do que a sua antecessora - advertiu o braço europeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) esta terça-feira (28).

"Um rápido aumento da omicron, como o que observamos em vários países - embora combinado com uma doença ligeiramente menos grave -, provocará um grande número de hospitalizações, especialmente entre os não vacinados", afirmou Catherine Smallwood, uma das autoridades da OMS Europa.

Diante das incertezas sobre a nova variante detetada pela primeira vez no final de novembro na África do Sul, os países hesitam entre adotar fortes restrições ou uma estratégia mais flexível, devido aos sinais de menor gravidade da omicron.

"É muito cedo para dizer se a onda da omicron será mais ou menos grave do que a da delta", disse Smallwood, "embora os dados preliminares nas populações mais afetadas da Europa (Inglaterra, Escócia, Dinamarca) mostrem que a omicron pode dar lugar a um menor risco de hospitalização em comparação com a delta".

A especialista em resposta a emergências pediu que os dados preliminares sejam considerados "com cautela", já que, hoje, os casos observados se referem, principalmente, a "populações jovens e saudáveis em países com altas taxas de vacinação".

"Ainda não vimos o impacto que a omicron terá nos grupos mais vulneráveis, como os idosos que ainda não receberam a vacinação completa", insistiu a especialista.

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