Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que falava na videoconferência de imprensa regular sobre a evolução da pandemia, os casos de infeção aumentaram em África 52% na semana passada e as mortes 32%.

"Tememos o pior tendo em conta que apenas 1% da população africana está vacinada até ao momento", afirmou o médico etíope.

O dirigente da OMS voltou a realçar que a situação desigual no mundo, com umas regiões mais afetadas pela pandemia e outras menos consoante a taxa de imunização das populações, demonstra "um fracasso global na hora de distribuir equitativamente vacinas", o que "alimenta uma crise de duas velocidades que está a causar danos nas pessoas mais pobres e vulneráveis".

Tedros Adhanom Ghebreyesus disse que os compromissos para doar vacinas a países mais pobres, alguns estabelecidos para 2022, "chegarão demasiado tarde para os que estão a infetar-se e a morrer hoje".

"Atualmente, mais de metade dos países de médio ou alto rendimento conseguiram vacinar pelo menos 20% das suas populações, mas entre as economias pobres somente três o conseguiram", lamentou.

A OMS fixou como metas ter pelo menos 10% da população mundial vacinada este verão, 40% no final do ano e 70% (percentagem desejável para se alcançar a imunidade de grupo) em meados de 2022.

A pandemia da covid-19 provocou, pelo menos, 3.844.390 mortos no mundo, resultantes de mais de 177,3 milhões de casos de infeção, de acordo com um balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP.

A covid-19 é uma doença respiratória causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, um tipo de vírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e que se disseminou rapidamente pelo mundo.