“Esta é uma notícia boa, mas não suficientemente boa”, disse hoje o secretário do Turismo e Cultura da Madeira à agência Lusa.

Eduardo Jesus argumentou que esta decisão da Alemanha dá à Madeira “um tratamento por igual relativamente ao país”, quando a região se “diferencia objetivamente da situação pandémica que se encontra em Portugal”, pelo que “merecia objetivamente um tratamento diferente”.

“É uma evolução na situação, mas não é aquilo que a Madeira pretende e vamos continuar a insistir naquela que entendemos que deve ser ideal e correspondente à nossa realidade”, sublinhou.

Eduardo Jesus complementou que “sem dúvida alguma que esta exigência que é colocada pela Alemanha no regresso dos seus cidadãos ao território nacional é mais favorável para a viagem do daquela que vigorava até agora”.

Contudo, insistiu, a Madeira “deveria ter um tratamento diferente, deste porque as regiões contam bastante nesta análise”.

“Neste momento, a Alemanha procurou cumprir com a recomendação europeia no que diz respeito à classificação dos território dos países no seu todo, mas não atendeu à especificidade regional”, afirmou.

A região “vai continuar a insistir e a clarificar que a Madeira é uma situação diferente”.

Eduardo Jesus explicou que “muita da operação para a Madeira é feita através de três grandes operadores que garantem a grande maioria dos lugares dos aviões e são operações diretas, sem qualquer escala em aeroportos em que o risco podia aumentar para esses passageiros sob o ponto de vista de algum contágio”.

A Alemanha anunciou na segunda-feira a retirada de Portugal da lista de países com interdição de entrada no país devido à alta prevalência da estirpe Delta da covid-19.

A interdição de entrada na Alemanha foi levantada para cinco países - também o Reino Unido, a Índia, a Rússia e o Nepal, além de Portugal, anunciou o Instituto Robert-Koch de Vigilância Sanitária, e entrará em vigor na quarta-feira.

De acordo com as novas normas anunciadas pelo Instituto Robert-Koch, Portugal e os outros quatro países vão ser removidos para o segundo nível de risco, designado por "áreas de incidência elevada" da variante da covid-19.

Os viajantes provenientes das áreas nesta categoria não são obrigados a fazer quarentena se conseguirem provar que já estão totalmente vacinados, ou que contraíram a doença e já recuperaram.

Os restantes podem ter uma quarentena reduzida de 10 dias se testarem negativo após cinco dias.

De acordo com os mais recentes dados divulgados na segunda-feira pela Direção Regional de Saúde, a Madeira diagnosticou nove novos casos de covid-19 e mais 14 pessoas recuperadas, reportando 75 casos ativos e mantendo os 73 óbitos associados à doença.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 3.980.935 mortos em todo o mundo, resultantes de mais de 183,7 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente feito pela agência France Presse.

Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.117 pessoas e foram registados 890.571 casos de infeção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, a Índia ou a África do Sul.