“Tenho a certeza de que não vamos poder agradar aos sindicatos em tudo o que pedirem. Tenho a expectativa de que algumas das nossas ideias serão acolhidas”, disse Manuel Pizarro.

Em Vila Nova de Gaia, no distrito o Porto, onde participou na conferência “A Saúde Mental no Pós-Pandemia – Estigma e Combate”, quando questionado sobre o início das negociações com os sindicatos dos médicos, o governante frisou a necessidade de diálogo.

“Vamos de espírito aberto e de boa-fé para essas negociações”, resumiu, lembrando que as negociações estão numa fase “muito embrionária”.

“Temos muitos assuntos em cima a mesa. Temos uma agenda negocial muito vasta. O nosso objetivo é valorizar as carreiras profissionais”, acrescentou.

Manuel Pizarro recordou que hoje foi apresentado um conjunto de propostas aos sindicatos e elogiou a entrega dos profissionais de saúde, afirmando que estes “são o melhor que o Serviço Nacional de Saúde tem”.

“Temos mesmo de investir na valorização das carreiras e não estou só a falar dos aspetos remuneratórios”, concluiu.

Os sindicatos dos médicos e o Ministério da Saúde voltam hoje a reunir-se para uma segunda ronda de negociações, depois do encontro realizado em 09 de novembro que deu início formal a este processo.

Nestas negociações estão em causa matérias como a revisão da grelha salarial dos clínicos, a definição do regime de dedicação plena e a reorganização das urgências e do trabalho médico.

Após a primeira reunião, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha, salientou o “início positivo” das negociações e adiantou que o encontro de hoje servirá para analisar a proposta concreta do Ministério da Saúde.

Já o presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Noel Carrilho, referiu que as duas partes já acordaram que “haveria uma tentativa de antecipar” os prazos que estavam estabelecidos inicialmente nas negociações.

Estas negociações tiveram o seu início formal já com a equipa do ministro Manuel Pizarro, mas a definição das matérias a negociar foram acordadas ainda com a anterior ministra, Marta Temido, que aceitou incluir a grelha salarial dos médicos do Serviço Nacional de Saúde no protocolo negocial.

Depois da demissão de Marta Temido, no final de agosto, os sindicatos representativos dos médicos solicitaram ao Governo a abertura das negociações, criticando o “total silêncio” do Ministério da Saúde sobre o processo.