“O SIM lamenta que continuem sem resposta os alertas que repetidamente tem feito sobre a situação no Centro Hospitalar de Leiria. Hoje, dia 01 de outubro, as equipas do Serviço de Urgência da Ortopedia encontram-se abaixo dos níveis dos mínimos recomendados e estão longe de cumprir os critérios de segurança clínica exigidos pela Ordem dos Médicos, não se conhecendo sequer a escala deste mês”, refere um comunicado do Secretariado Regional do SIM/Centro enviado à agência Lusa.

Considerando “uma situação inadmissível, porque coloca em risco a segurança na prestação de cuidados à população abrangida por aquela entidade hospitalar”, o SIM “exige ao Governo e à ARS Centro a contratação de médicos”.

Segundo o sindicato, o “acentuado envelhecimento médico, a par de um número de horas extraordinárias praticadas muito além do legalmente obrigatório, são liminarmente ignorados”, assim como “as condições de trabalho que são disponibilizadas aos médicos e restantes profissionais de saúde”.

“O SIM recusa-se a aceitar a constante desvalorização do Centro Hospitalar de Leiria [CHL], por falta de investimento, em vez de apostar nas empresas de prestação de serviços”, lê-se ainda no comunicado.

Para este sindicato médico, a “titular da pasta da Saúde mantém a sua postura de arrogância e negação da realidade, com gravíssimas consequências para o Serviço Nacional de Saúde que o Governo diz defender”.

A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (OM) alertou esta sexta-feira para a “situação grave” do hospital de Leiria, devido à falta de médicos no Serviço de Urgência, e pediu ao Ministério da Saúde a “resolução imediata do problema”.

“Não há médicos suficientes para fazer face ao aumento importante de doentes que acorrem atualmente a este serviço. Este não é um problema que surgiu hoje, já há vários anos que a Ordem dos Médicos tem tido várias intervenções a denunciar a gravíssima carência de recursos humanos deste hospital”, afirmou o presidente da Secção Regional do Centro da OM, Carlos Cortes, citado num comunicado.

Segundo a Secção Regional, a carência de médicos no Serviço de Urgência regista-se nas “áreas da ortopedia, cirurgia, medicina interna e área generalista”, tendo recebido informação de que hoje “os doentes de trauma não estão a ser encaminhados” para a Urgência do hospital de Leiria.

Numa informação enviada à Lusa, o CHL confirmou que esta sexta-feira “não foi possível preencher a escala de urgência de Ortopedia entre as 09:00 e as 20:00”.

“Estão ortopedistas a trabalhar no hospital no internamento para apoio aos doentes internados. O pequeno e grande trauma são encaminhados para outras unidades de saúde da região, e o CHL está, inclusivamente, articulado com o seu hospital de referência, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra”, acrescentou, referindo que esta situação foi comunicada ao INEM e ao Centro de Orientação de Doentes Urgentes.