“Para além do processo de agendamento por mensagem SMS, chamadas telefónicas e cartas atualmente em uso, está previsto implementar-se um procedimento de auto agendamento, através de uma plataforma digital, onde as pessoas podem marcar diretamente a sua vacinação”, referiu a mesma fonte à agência Lusa.

Segundo a estrutura liderada pelo vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, os 150 Centros de Vacinação Covid-19 (CVC), que deverão estar em funcionamento no segundo trimestre, estão a ser projetados para “um mais fácil acesso das pessoas”, com a sua localização a ser definida em articulação entre as administrações regionais de saúde, os agrupamentos de centros de saúde e as autarquias.

“As autarquias, em articulação com a `task force´ e as administrações regionais de saúde, são responsáveis pela montagem dos CVC, sendo uma entidade fundamental no processo de vacinação”, salientou a mesma fonte.

Para concretizar o plano de vacinação em massa, a `task force´ prevê que sejam necessários cerca de 2.500 enfermeiros, 400 médicos e 2.300 auxiliares, num total de cerca de 5.200 profissionais a distribuir pelos 150 centros espalhados pelo país.

Segundo dados do Portal da Transparência do Ministério da Saúde, o Serviço Nacional de Saúde tinha ao seu serviço um total de 147.075 profissionais de saúde em janeiro – dos quais 31.406 médicos e 48.739 enfermeiros – mais 9.765 do que em março de 2020, quando teve início da pandemia de covid-19.

Este processo dos recursos humanos para o CVC “está a decorrer, em articulação com o Ministério da Saúde, a `task force´, as autoridades regionais de saúde e as autarquias”, avançou ainda a estrutura que coordena o plano de vacinação que se iniciou a 27 de dezembro em Portugal.

Sobre as metas a atingir com os CVC, alguns dos quais já em funcionamento, a `task force´ reitera que está dependente do número de vacinas que Portugal receber, tendo sido definido o objetivo de vacinar cerca de 100 mil pessoas por dia.

“Havendo mais vacinas disponíveis, estima-se chegar, no próximo trimestre, a um ritmo de vacinação que poderá vir a atingir, em alturas de pico, as 150 mil inoculações num só dia”, adiantou a estrutura.

Como referência, a Direção-Geral da Saúde recomendou que os CVC sejam constituídos por um ou mais módulos de vacinação, cada um com cinco postos de vacinação e cinco enfermeiros, e com a capacidade de vacinar cerca de 50 pessoas por hora.

No sábado, o coordenador da ‘task force’ responsável pelo plano de vacinação para a covid-19 estimou que em abril seja possível vacinar 100 mil pessoas por dia, atendendo às remessas de vacinas que Portugal deverá receber no segundo trimestre.

“Temos o objetivo de vacinar todos os dias 100 mil pessoas e, se vierem mais vacinas, não vamos acumular vacinas, porque isso antecipa o processo de vacinação e a proteção das pessoas, e, podemos chegar às 150 mil vacinas/dia, o que é uma operação logística gigantesca”, afirmou Gouveia e Melo em declarações aos jornalistas.

Se neste primeiro trimestre Portugal recebeu menos de dois milhões de vacinas, a previsão para o segundo trimestre é de nove milhões de vacinas, das quais 1,8 milhões em abril e as restantes nos dois meses seguintes.

Além das vacinas da Pfizer, da Moderna e da AstraZeneca que já estão a ser administradas, Portugal deve receber na segunda metade de abril as primeiras vacinas da Janssen de toma única de um lote de cerca de 1,25 milhões que está previsto chegar ao longo do segundo trimestre.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.792.586 mortos no mundo, resultantes de mais de 127 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.845 pessoas dos 821.104 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.