As alternativas à carne tornaram-se comuns em muitos lares nos Estados Unidos, graças, em parte, aos produtos vegetais da Beyond Meat e da Impossible Food, que tentam reproduzir a textura e o sabor das carnes bovina e suína, segundo a AFP.

À medida que estes produtos melhoram e seus preços caem, a procura aumenta devido às preocupações ambientais, uma vez que a criação de animais para a alimentação é responsável por 14,5% das emissões de gases de efeito estufa, vinculadas à atividade humana, segundo dados da ONU.

Espera-se que o mercado global de carne vegetal alcance o valor de 35 mil milhões de euro até 2027, frente aos 13,5 mil milhões em 2020, apostando na expansão para além dos Estados Unidos, segundo um relatório da Research and Markets.

"O ano de 2022 será culminante para os alimentos elaborados a partir de proteínas de origem vegetal", disse David Bchiri, presidente da consultoria americana Fabernovel: "Os produtos são bons e estão mais desenvolvidos. Serão mais comuns".

Um inquérito levado a cabo pela ANP|WWF revelou que os europeus, e nomeadamente 87% dos portugueses inquiridos, têm interesse em comer de forma mais sustentável, mas carecem de conhecimentos sobre como comprar e consumir alimentos sustentáveis.

Este estudo mostra ainda que apenas um em cada dois adultos europeus pensam que os alimentos que produzimos e consumimos têm um impacto negativo sobre o ambiente. Além disso, os europeus não estão claramente conscientes das ligações que estes impactos têm nas suas dietas pessoais, dissociando a questão ambiental da saúde nutricional. Apenas um terço dos europeus considera que a sua alimentação tem um impacto negativo sobre o ambiente. Um terço dos inquiridos portugueses revelaram uma posição bastante crítica sobre os impactos ambientais da produção nacional, considerando que esta tem um impacto mais negativo do que positivo.

De acordo com um estudo pioneiro da Associação Vegetariana Portuguesa (AVP), que analisou a oferta de produtos veganos das principais cadeias de retalho alimentar a operar em Portugal, a multinacional francesa Auchan lidera este mercado. Logo a seguir vem a cadeia de hipermercados portuguesa Continente e a ocupar a terceira posição surge a cadeia alemã Aldi, a qual se destaca, contudo, como a mais forte no segmento de discounters.

O governo dinamarquês anunciou o investimento de mais de 1,25 mil milhões de coroas (168 milhões de euros) para a investigação e avanço científico na área dos alimentos de origem vegetal, como parte de um acordo climático sem precedentes relativo à alimentação e à agricultura.

Desta forma, sabe-se que também é possível reduzir a pegada ecológica quando nos sentamos à mesa. E a solução pode ser mais simples do que pensa: uma alimentação de base vegetal.