O "Tocar Magia" dá-nos a oportunidade de enviar um postar cantando para alguém que esteja hospitalizado. Para tal, os interessados devem aceder ao site oficial do projeto e escolher a versão que mais gostam da canção "Tocar Magia", criada por Zé Rebola, vocalista dos Anaquim.

No site da iniciativa, encontram versões elaboradas por Diogo Piçarra, Toy, Mafalda Umbelino Camilo e Zé Rebola, Coimbra Gospel Choir, Tuna Médica de Lisboa e os próprios Palhaços d’Opital.

O postal, personalizado com o nome do destinatário ou até de uma ala hospitalar inteira, será depois enviado diretamente aos hospitais parceiros, trazendo sorrisos e alegria aos pacientes, aos seus familiares e aos profissionais de saúde.

Para além da opção de envio direto para os hospitais parceiros, os utilizadores têm ainda a hipótese de partilhar o conteúdo pelo WhatsApp.

"É um ato de empatia que ajuda a combater a solidão e a criar momentos de ligação, aliviando o sofrimento emocional de quem, nesta época, merece sentir-se acompanhado", comenta Isabel Rosado, Cofundadora e Presidente da Palhaços d’Opital. "A nossa equipa vai entregar pessoalmente alguns Postais cantados nos nossos hospitais parceiros, durante as visitas, até ao dia de Reis!” refere.

"Esperamos 'Tocar' com muita Magia os corações de muitos portugueses, em especial, dos nossos mais velhos", acrescenta. "A Palhaços d´Opital quer encher os hospitais de norte e sul de Portugal de alegria, música, afetos e muita magia, lembrando que nesta época, o carinho é o melhor presente", finaliza.

O projeto "Tocar Magia" foi apresentado na passada quarta-feira, dia 27 de novembro, na ULS Santa Maria. "A presença dos Palhaços d'Opital nos serviços da Unidade Local de Saúde de Santa Maria trouxe um valor inestimável para os nossos utentes e profissionais, tornando-se em poucos meses num importante pilar da estratégia de Humanização de cuidados da ULSSM", comentou Carlos Martins, Presidente do Conselho de Administração da ULS Santa Maria salienta.

"O Tocar Magia' não é apenas um projeto musical, mas uma forma de relembrar que, mesmo nos momentos mais difíceis, há sempre espaço para a esperança e a conexão", indica Ana Claudia Ruiz, Diretora Geral da Coca-Cola, que apoia o projeto.

"Ao abraçarmos esta iniciativa inspiradora e de impacto real, estamos a proporcionar momentos de alegria neste Natal especialmente aos mais velhos, uma parte da sociedade que, muitas vezes, fica à margem, mas também a todos os pacientes, aos seus familiares e profissionais de saúde", conta Rui Miguel Nabeiro, CEO do Grupo Nabeiro-Delta Cafés, outro dos patrocinadores do projeto.

Número de internamentos inapropriados aumenta em Portugal

Num país cada vez mais envelhecido onde os idosos já representam quase um terço da população, o trabalho da Palhaços d’Opital e iniciativas como “Tocar Magia” tornam-se ainda mais relevantes, promovendo o bem-estar mental e combatendo a exclusão social.

Segundo os resultados do 8º Barómetro de Internamentos Sociais (BIS), que contou com a participação de 29 unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS), num total de mais de 20.000 camas, representando 90% do total do SNS, no espaço de um ano, até março de 2024, havia 2.164 camas ocupadas no SNS devido a internamentos inapropriados, um aumento de 11% face ao período anterior. Também a demora média subiu 2%, registando-se uma média de 175 dias por internamento inapropriado.

Dados apontam que Lisboa e Vale do Tejo e o Norte são as regiões com maior número de internamentos inapropriados, representando 80% do total de internamentos inapropriados e 97% do respetivo total de dias.

Os idosos não só representam o maior número de internamentos inapropriados (76%), como também ficam mais dias internados, após alta médica. Os dados desta edição do BIS revelam ainda que metade dos episódios e metade dos dias registados de internamentos inapropriados têm origem no serviço de Medicina Interna. O sexo masculino é o que regista mais dias de internamento inapropriado, com 60% dos episódios.

Os internamentos sociais, que em março de 2024 representavam 11,1% do total de internamentos nos hospitais públicos, sobrecarregam desnecessariamente toda a estrutura, levam a um esgotamento de recursos muito mais acelerado e traduzem-se na falta de vagas para pessoas que realmente necessitem de assistência e internamento hospitalar.