Governo está já a preparar o futuro e vai começar por implementar uma disciplina de caráter obrigatório no ensino básico, para que as crianças aprendam a pedalar. Uma medida que deverá chegar nos próximos anos, de forma a criar novos comportamentos nos mais jovens, assim como uma consciencialização do impacto ambiental.

“Todos os alunos terão a oportunidade de aprender a pedalar, num processo de formação faseado ao longo dos vários níveis de escolaridade”, disse o Secretário Adjunto e da Mobilidade, José Mendes, na apresentação da Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa, que decorreu esta quinta-feira, no Barreiro, acrescentando que no “1º ciclo as aulas serão em contexto protegido, nos 2º, 3º ciclos e secundário haverá uma passagem para o espaço público". Ou seja, existirá uma formação “teórica e prática”.

José Mendes salientou que atualmente “existe falta de cidadania rodoviária ou conceitos de condução defensiva“, referindo-se tanto a ciclistas como a futuros condutores de automóveis. Desta forma, está a ser estudada uma forma de implementar um novo seguro escolar, de forma a proteger os alunos que se desloquem para a escola em bicicletas.

Os transportes e a mobilidade são responsáveis por um quarto da emissão de gases com efeito de estufa no planeta, por isso é importante explicar aos mais jovens o quanto antes, reforçando ainda a ideia de que é necessário fazer algo também nas faixas etárias mais adultas.

“A educação para a mobilidade activa e sustentável, e para a cidadania rodoviária será providenciada a partir do pré-escolar, e continuada nos níveis seguintes, incentivando o uso partilhado e responsável do espaço público”, afirmou José Mendes.

Aumentar a extensão das ciclovias e reduzir o número de sinistros com velocípedes

Durante a apresentação da Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa, o Secretário Adjunto disse que “depois das redes de metro, renovação de frotas de autocarros, é a hora da mobilidade ciclável”.

Em 2011, e segundo os Censos, apenas 0,5% da população portuguesa se deslocava de bicicleta, um cenário bem distinto ao que acontece nas restantes cidades europeias. Este Governo quer começar já a implementar medidas para que, em 2030, o número aumente para 7,5%. Para isso, pretende que os atuais 2 mil quilómetros de ciclovias existentes em Portugal se transformem em 10 mil, reforçando a ideia de que é necessário diminuir o numero de sinistros ocorridos em velocípedes. No ano passado, morreram 165 pessoas e 600 ficaram gravemente feridas.

No âmbito dos programas Portugal 2020, serão investidos 970 milhões de euros por parte do Estado para aumentar a mobilidade “verde” e a reabilitação urbana.